Uma mulher grávida morreu, no domingo (5), em decorrência da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). O caso foi confirmado pelo hospital Unimed Recife, local onde ocorreu o óbito. A fisioterapeuta Viviane Albuquerque tinha 33 anos e estava com 32 semanas de gestação. Uma cesariana de emergência foi feita para retirar o bebê, que segue internado na unidade de saúde.
O caso foi confirmado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) nesta segunda-feira, junto com outras oito mortes. Há, ao todo, 30 casos, entre eles o de um adolescente de 15 anos e duas técnicas em enfermagem do Hospital Getúlio Vargas, na Zona Oeste do Recife. Também foram confirmados 22 novos casos, resultando em 223, no total.
Por meio de nota, o hospital onde a mulher estava internada disse que o bebê “está recebendo da equipe médica todos os cuidados necessários”. A Unimed informou que “não está autorizada a repassar informações tanto da paciente quanto do bebê, ficando a cargo da família”. O hospital disse, ainda, que todas as infirmações estão sendo repassadas às autoridades responsáveis.
Uma amiga de Viviane há 15 anos, que preferiu não se identificar, disse que a grávida foi internada no dia 28 de março, com sintomas de Covid-19.
“Na quarta-feira (1º) saiu o resultado positivo. Ela foi levada diretamente para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), não porque estava grave, mas por estar grávida. Na sexta-feira (3) ela foi entubada e, na manhã do sábado (2), tiveram que retirar o bebê. Ele está em estado grave, mas estável”, afirmou.
Esta foi a segunda gravidez de Viviane. Na primeira, ela teve gêmeas, que moravam com ela, a mãe dela e a sobrinha. Todas estão isoladas desde o diagnóstico positivo para Covid-19 de Viviane. As crianças estão na casa do pai.
“Era uma das pessoas mais cheias de astral que eu conheci na minha vida. Uma mulher totalmente independe, dona de si, tinha uma saúde maravilhosa, trabalhava como um trator. Nos formamos juntas”, declarou.
Ainda segundo a amiga, a família não sabe como ocorreu a contaminação. Nesses casos, em que não é possível identificar quem infectou, os casos são tratados como transmissão comunitária, ou sustentada.
“Ela não viajou, nem soube de nenhum contato com alguém que estivesse infectado. Ela trabalhava numa clínica escola e atendeu até o dia 18 de março, quando houve o decreto para o fechamento de tudo. Não sabemos se foi com paciente, no elevador de casa, enfim”, disse.
O corpo de Viviane será cremado nesta segunda-feira, em um cemitério do Grande Recife.