Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Fora Temer? Sim, ok, fora Temer! Mas sob que condições?
Michel Temer provavelmente vai passar à história como o presidente do empobrecimento, a menos que seja substituído por alguém que se disponha a fazer o serviço sujo.
Que serviço sujo? Ora, piorar drasticamente as condições de trabalho assalariado no país, dificultar e arrochar aposentadorias, reduzir gastos com programas sociais, com Saúde, com Educação, com Saneamento, enfim, o serviço sujo será o Estado mais uma vez tirar do pobre para dar ao rico, como sempre ocorreu na história deste país.
Essa reflexão está sendo feita no momento em que outro presidente se encontra ameaçado de perder o cargo em menos de um ano.
Temer pode ser cassado em alguma ou em todas as ações que os derrotados em segundo turno na eleição presidencial de 2014 impetraram no TSE pedindo a perda do mandato da chapa vencedora ou então por conta de envolvimento em corrupção nos crimes investigados pela Lava Jato ou ainda pelo envolvimento nas estripulias de Geddel Vieira Lima.
Essa instabilidade também de Temer está ajudando a manter a economia rastejante porque ninguém vai querer saber de investir sem saber quem vai estar governando o Brasil no futuro imediato.
O fora Temer já, portanto, é bom que aconteça antes do fim deste ano. Teremos, então, eleições diretas e um presidente legítimo.
Pode ser que a direita ganhe? Pode, ainda está forte, apesar de já ter muita gente revendo sua decisão de apoiar o golpe. Porém, a vantagem de haver eleição presidencial já é que Lula poderia concorrer. E vencer.
Não acredita? Tudo bem, não haverá eleição nenhuma mesmo… Porque não haverá tempo.
Nem com a velocidade antipetista da Justiça seria possível cassar Temer em 2016. E com o alvo não sendo petista é que nada aconteceria mesmo. Desse modo, se o presidente da República for cassado será no ano que vem.
Se Temer for cassado em 2017, ou pelo TSE ou por corrupção (junto com Geddel ou pela Lava Jato), aí haverá eleição indireta, Colégio Eleitoral, como na ditadura militar.
O presidente biônico será escolhido pelo Congresso Nacional e já há um candidato de “consenso” entre os golpistas da mídia, do Legislativo e do Judiciário:
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Acredita não? Então veja o balão de ensaio que o tucanão mandou seu secretário pessoal divulgar na Folha há pouco tempo [aqui]
Seria a “solução”, segundo os acólitos de FHC. Ele governaria pelo resto do mandato de Temer, agora cassado pelo TSE, pelo Congresso ou até pelo STF.
Claro que caberia a ele fazer o serviço sujo, a menos que derrubem Temer só após ele fazer esse serviço.
Seja como for, com o histórico que tem Fernando Henrique Cardoso, é bom que todos tenhamos claro que se ele for indicado presidente biônico da República Federativa do Brasil, no mínimo governará seis anos.
Mas poderia chegar a dez, porque, assim como em 1997 ele comprou a própria reeleição por 200 mil reais cada voto no Congresso, em 2017, vinte anos depois, ele certamente não hesitaria em fazer aprovar mudança na lei que lhe permitisse disputar a eleição de 2018 e, depois, a reeleição em 2022, de modo que, em tese, poderia governar até 2026.
Sim, FHC tem oitenta anos, mas saúde não lhe falta. Anda até de namorada nova, quase cinquenta anos mais nova do que ele. Aposto que governa até 2026 com um pé nas costas.