Edilza, Zefinha e Irenildes. Mulheres negras, entre tantas outras, que pela primeira vez ouviram falar sobre medidas protetivas, representatividade midiática e como o feminismo negro atua na discussão de gênero e na luta anti-racista. Estes debates fizeram parte da segunda roda de conversa da campanha “Julho das Pretas”, realizada nesta quinta-feira (25), na Igreja Batista do Evangelho Eterno, pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) de Lauro de Freitas. Um desfile para valorização da beleza negra e sorteio de brindes também animaram o dia no bairro Caji Caixa D’água.
O dia 25 é o ponto alto do “Julho das Pretas”. Tempo em que se celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, como destaca Sandra Souza, assessora da SPM e mestre em Educação. “Hoje é um dia para despertamos a reflexão acerca do racismo e o machismo que ainda insistem em colocar a mulher negra na base da pirâmide social. Precisamos levar este debate para todos os espaços sociais, para dentro do nosso lar, além de nós mesmas”, ressaltou.
As provocações de Sandra partiram da contextualização sobre a origem do feminismo negro. Para a roda de mulheres que atentas refletiam cada palavra, a debatedora falou sobre a importância da representatividade negra na mídia e como este espaço colabora na construção e padronização social, negligenciando a história da maioria da população. A estrutura patriarcal, sistema social em que homens mantêm o poder, foi explicado para o público como uma das maiores barreiras para a ascensão da mulher negra.
Vertentes do feminismo, como liberal, radical, socialista, entre outras ondas de luta, que de modo geral buscam a igualdade entre homens e mulheres, foram tratadas por Miliane Vieira, assessora da SPM e psicóloga. Para ela, colocar em prática a valorização do feminino dentro de organizações e espaços compartilhados pela sociedade vai movimentar o equilíbrio nas “relações humana”.
Lei Maria da Penha
Para falar de avanços na luta do rompimento do silêncio, a advogada do Centro de Referência Lélia Gonzalez, Amanda Grace França, apresentou os tipos de medidas protetivas amparadas pela Lei Maria da Penha. “Esta lei é o que temos de mais significativo no combate das violências contra a mulher. Quando um homem agride uma de nós, ele está violentando todas. Por isso é fundamental que todas as mulheres conheçam seus direitos e ajudem umas às outras”, disse ao enfatizar os órgãos que devem ser acionados em casos de violência.
No debate pelos direitos das mulheres, a moradora do Caji Caixa D’água, Ana Paula Souza, argumentou sobre ciclos de violência. “Em muitos casos a mulher deseja recorrer a uma ajuda, mas fica presa pela questão familiar e financeira. As vezes, quando pedem proteção, é questionada se o fato está realmente acontecendo e isso faz com que ela até desista de se proteger” falou em tom de alerta.
Equipamentos de proteção
Além da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, a primeira do Brasil, Lauro de Freitas conta com o Centro de Referência Lélia Gonzalez, que disponibiliza assistência e acolhimento à mulher vítima de violência, e outros equipamentos de proteção.
Telefones úteis
Secretaria de Políticas para Mulheres
Tel: 3369-6596
Centro de Referência Lélia Gonzalez
Tel: 71 3289-1032
Delegacias:
23° – Centro
Tel: 3378-1919
27° – Itinga
Tel: 3116-1610
34° – Portão
Tel: 3379-5311/6481
Jornalista Laerte Santana
Foto Edgard Copque
ASCOM Prefeitura de Lauro de Freitas
25/07/2019
71 3288 8371