Uma ex-assessora do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) admitiu que devolvia a maior parte de seu salário para o policial militar aposentado Fabrício Queiroz, admitindo o esquema de “rachadinha”. A declaração, dada ao Ministério Público (MP), reforça que Queiroz era operador do esquema comandado pelo filho do presidente Jair Bolsonaro, que foi denunciado nesta quarta-feira (3/11).
Luiza Souza Paes foi a primeira a confirmar o esquema e dar detalhes sobre sua operação. Ela teria prestado depoimento em setembro, quando contou que repassou cerca de R$ 160 mil a Queiroz por meio de depósitos e entrega de dinheiro em espécie. Esse montante representa cerca de 90% do que ela recebeu, pois, segundo ela, apenas R$ 700 mensais ficavam de salário. O MP já havia identificado R$ 155,7 mil em repasses dela ao PM,
De acordo com o depoimento, ela devolvia não apenas seu salário líquido, mas também benefícios pagos pela Assembleia e até a restituição do imposto de renda. O depoimento da ex-assessora foi revelado pelo jornal “O Globo” e faz parte da denúncia oferecida contra o senador, Queiroz, e outras 15 pessoas foram denunciadas.
Luiza disse também que só soube do esquema no dia em que foi de fato nomeada para o cargo, em agosto de 2011, quando concluía o curso de Estatística. Seu pai era amigo de Queiroz e lhe conseguiu o estágio.
Em nota à Folha de S. Paulo, a defesa de Flávio disse que a denúncia já era esperada, mas não se sustenta. “Dentre vícios processuais e erros de narrativa e matemáticos, a tese acusatória forjada contra o senador Bolsonaro se mostra inviável, porque desprovida de qualquer indício de prova. Não passa de uma crônica macabra e mal engendrada”, diz o comunicado