Por Hermes Fernandes, pastor, no blog Diário do Centro do Mundo:
A vasta maioria dos que elegeram Hitler eram evangélicos. Luteranos, Batistas e outros movimentos chamados “cristãos” liderados por clérigos (pastores, reverendos, diáconos) que só foram ver a tolice que tinham feito quando suas mãos já estavam sujas de sangue de judeu.
De acordo com o Censo de 1934, os evangélicos ou protestantes foram na realidade os principais responsáveis pelo sucesso na eleição de Hitler. Pastores e reverendos elogiaram o desempenho do governo de Hitler “pelo papel desempenhado a favor das crianças e dos desempregados, pela atual administração [nacional socialista]”. Na Alemanha as igrejas protestantes luteranas e reformadas apoiaram e foram cúmplices do nazismo.
Observe o caso do Pastor Batista John W. Bradbury, de Boston, Massachusetts. Após voltar da reunião feita pelos Batistas na Alemanha, ele disse que era um prazer ter ido a uma terra onde livros de sexo e filmes imorais não eram assistidos. Com uma satisfação óbvia, ele escreveu:
“A nova Alemanha queimou montanhas de revistas corrompidas e fizeram fogueiras com livrarias [compostas] de livros comunistas e judeus…A nova Alemanha é de mentalidade séria. Seria bom que todas as outras nações também agissem com seriedade. Noventa por cento das pessoas estão seguindo Hitler. Viajei por muitas cidades e não ouvi uma nota de jazz sequer!” (Watchman-Examiner XXII 37, 13 de Setembro de 1934).
Foi então que surgiu a Igreja Confessional ou Confessante, liderada por pastores tais como Martin Niemöller (que não era da Igreja Batista, mas luterano) e Heinrich Grüber, que foram posteriormente levados a campos de concentração por não apoiarem o regime nazista.
O fato é que poucos foram corajosos o suficiente para denunciar o nazismo. Em 1934 a Declaração Teológica de Barmen, escrita primariamente por Karl Barth com o apoio de outros pastores, reafirmava que a Igreja Protestante Alemã não era um órgão do Estado, com o propósito de reforçar o Nazismo, mas um grupo sujeito apenas a Jesus Cristo e seu Evangelho.
A Igreja Confessional teve seus bens confiscados, bem como a prisão de diversos de seus pastores, assim como outras medidas tomadas pelos nazistas, acarretando no fechamento da igreja.
Fontes: