Um grupo de pesquisadores da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), no Rio Grande do Sul, vai usar uma metodologia similar à das pesquisas eleitorais para calcular quantos casos de covid-19 existem no Brasil. Os testes começam em 15 dias. Antes do fim de maio, o País já terá dimensão bem mais clara do tamanho da epidemia.
Projeções matemáticas sugerem que os números oficiais da epidemia representam apenas 10% do total real de infectados. Pela dimensão mundial da pandemia e pelo tamanho da população brasileira, não há testes disponíveis para todos. Por isso, apenas os casos mais graves, que requerem internação hospitalar, estão sendo testados. “Se soubermos com mais exatidão quantos são os infectados, onde eles estão e, sobretudo, quem já teve a doença e está imune, será possível, por exemplo, criar medidas de prevenção menos radicais e mais objetivas. Para combater a epidemia, é preciso entender urgentemente a epidemiologia da doença”, afirma o diretor-presidente do Serrapilheira, Hugo Aguilaniu. “Este é apenas um primeiro passo, mas é fundamental que seja feito o mais rapidamente possível, pois, sem dados sólidos, nenhuma política de saída de crise é possível.”
“Neste momento, a melhor recomendação é o isolamento”, constata o epidemiologista Pedro Hallal, reitor da UFPel e coordenador-geral do projeto. “Mas sabemos que esse isolamento não pode durar seis meses, um ano. Por isso, precisamos de evidências científicas para recompormos nossa força de trabalho. Isso não pode ser feito por critérios ideológicos, e sim científicos.” Completa.
Manuela Laborda
Fonte: r7.com