Além de contribuírem no bem-estar e na saúde humana, as formulações promovem sustentabilidade e valorização do bioma local
A comunidade é Vau da Boa Esperança, localizada a 62 Km de Barreiras, Oeste da Bahia, e o nome tem tudo a ver com uma solução que surgiu como uma alternativa para ajudar pessoas que sofrem com ferimentos e diversos tipos de escoriações. É que o estudante chamado Pedro Oliveira, do Centro Juvenil de Ciência e Cultura de Barreiras (CJCC), desenvolveu formulações semissólidas com ação cicatrizante através dos frutos Pequi e Buriti, ambos típicos da região onde ele mora. Além de contribuir para o bem-estar na saúde humana, os produtos ainda promovem o teor sustentável ao utilizar matérias-primas orgânicas.
Conforme relata o jovem pesquisador, os óleos dos dois frutos são ricos em nutrientes como a vitamina A e a vitamina E, além de ácidos graxos, palmíticos e oleicos, que auxiliam no tratamento de ferimentos cutâneos e na geração de renda para as comunidades tradicionais extrativistas, que podem fornecer a matéria-prima devido à disponibilidade na região. “Este projeto também visa estimular a preservação da vegetação nativa, visto que o cenário tem sido ameaçado com o constante desmatamento para expansão de áreas agrícolas e os frutos nativos são pouco conhecidos em determinadas regiões do país”, explicou.
Pedro conta que a inspiração surgiu após ele e sua orientadora, Valdoiana Brito, terem realizado uma visita de campo à comunidade Vau da Boa Esperança. Lá, eles se depararam com moradores que relataram o uso de óleos de Pequi e Buriti para curar feridas, inclusive de animais. Foi a partir daí que o interesse em pesquisar o assunto se desenvolveu e os estudos para comprovar a eficácia e as melhores maneiras de produção tiveram início. “Descobrimos que os óleos juntos poderiam ser alternativas para um tratamento rápido e eficaz, pois são produtos fitoterápicos e sustentáveis com uma formulação totalmente natural e de baixo custo”, destacou.
No total, três itens foram desenvolvidos: a pomada hidrofóbica, a pomada hidrofílica e o cerato. O projeto está em fase de testes e foi apresentado na III Mostra Científica da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob), em 2019, quando o aluno conquistou uma bolsa de iniciação científica júnior, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que terá início em março deste ano, em parceria com a Universidade. Foi nos laboratórios da Ufob que o pesquisador foi auxiliado pelo professor André Leandro na concepção da fórmula. “Se futuramente, as formulações forem industrializadas e comercializadas, a região finalmente pode ser reconhecida pelo grande potencial que possui”, concluiu o estudante.
Bahia Faz Ciência
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam, no dia 8 de julho, o Bahia Faz Ciência, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias serão divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estarão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br
—
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação
Assessoria de Comunicação
Coordenador Erick Issa
(71) 3118-5811 / 9685-6221