A decisão do governo de Lauro de Freitas, que proíbe os gradas municipais atuarem com arma de fogo no exercício da função, está em plena sintonia com a opinião da maioria da população laurofretense. Isso é o que revela os números da enquete realizada pelo Folha Popular, que consultou a população sobre o tema. A pesquisa que foi realizada nas mídias sociais, facebook, WhatsApp, Instagram e pelo site do Folha Popular, entre os dias 31 de janeiro e 12 de fevereiro. A pesquisa cruzou os dados dos participantes, considerando idade, condição socioeconômica e o bairro onde moram, 343 pessoas responderam à enquete.
As justificativas para o não armamento da guarda municipal, apresentadas pelos entrevistados, variam desde a falta do preparo dos agentes, ao desvio de função atribuída à instituição.
Veja os números.
Total entrevistados: 343
Bairros Populares: 246 / Contra: 179 A favor: 66
Vilas do Atlântico: 97 entrevistados / Contra: 11 – A favor: 86
O resultado da pesquisa revela uma nítida diferença de opinião entre os entrevistados. O perfil socioeconômico e o lugar onde residem se constituem fortes balizadores e interfere de forma direta na opinião dos moradores. Percebe-se que os moradores de Vilas do Atlântico são densamente inclinados e apoiam a utilização de arma de fogo como parte integrante dos equipamentos da Guarda para uso cotidiano. Já do outro lado da cidade, moradores de bairros populares como Itinga, Portão, Areia Branca e Jambeiro são contrários.
Lucas Sotero, do Coletivo de Entidades Negras (CEN) e Conselheiro Estadual de Juventude atribui essa negação dos bairros populares à postura truculenta e ameaçadora com que os GM adota frente as comunidades pobres, principalmente quando se trata da juventude negra. “Não admito em hipótese alguma a GM trabalhar armada. Acredito inclusive que esse debate esteja desatualizado. Já estamos debatendo a desmilitarização da polícia”. Afirma.
Para o vereador Issac de Belchior, quem tem boa parte de seu eleitorado em Vilas do Atlântico, a população de Vilas não vê problema na Guarda trabalhar armada porque a relações entre a comunidade e a guarda se dá em um contexto diferente. A tensão sobre a Guarda em Vilas é diferente da que acontece em Itinga. “Aqui vemos a guarda como protetora, amiga e para nos prestar serviços. Nossa demanda é segurança e quanto maior for o aparato para nos proteger, mais satisfeitos nossa comunidade ficará”. Conclui.
O secretário de Transito, Transporte e Ordem Pública, Olinto Borris, disse que a cidade está preparada para um diálogo maduro a respeito do tema, e que todas as linhas de pensamento serão analisados e terão o devido respeito, mas afirma, que o desarmamento é um entendimento de governo. “Nós não teremos uma guarda municipal armada em Lauro de Freitas”. Frisa o secretário.
Apio Vinagre, Controlador do Município, explica que o fato de haver uma legislação nacional que permita o armamento da GM, não significa que os municípios são obrigados a seguir tal recomendação. O Município tem a prerrogativa de definir se deve ou não ter a GM usando arma de fogo no exercício da função. “Esse aspecto deve ser objeto de ampla discussão com a participação dos entes governamentais, da própria Guarda e principal e fundamentalmente, do maior interessado na questão, o povo de Lauro de Freitas”. Finaliza
Por: Ricardo Andrade