Em análise, proferida nesta terça-feira (27/02/2018), durante apresentação do quadro ‘Pela Ordem’, na Rede TV News, o jornalista Reinaldo Azevedo avaliou severamente a investigação federal Operação Cartão Vermelho, afirmando que a tese criminal levantada pela força-tarefa do Caso Lava Jato de que o ex-governador Jaques Wagner teria recebido o equivalente a 66% de propina na construção da Arena Fonte Nova, em Salvador, “é completamente fora de parâmetro”.
Reforçando o argumento, Reinaldo Azevedo questionou: “você acha que uma obra que custou R$ 680 milhões, terá como propina R$ 480 milhões?”, respondendo, ele mesmo, que “isto é completamente falta de parâmetro”, acentuando que as investigações da força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) apontaram que as propinas variam entre 0,5% e 1%, do valor do contrato.
Dando sequência à crítica, o jornalista estranhou a forma como o ex-governador foi tratado pelos investigadores federais, durante entrevista coletiva, destacando a abordagem que deu a entender que Jaques Wagner era condenado e não investigado, ou seja, violando o princípio constitucional da presunção da inocência.
Por fim, Reinaldo Azevedo elencou série de comentários críticos com relação a atuação de procuradores federais, cobrando de Raquel Dodge, procuradora-geral da República e chefe do Ministério Público da União (MPU), que atue corrigindo desvios comportamentais dos membros da instituição.
Colaborando com as críticas suscitadas pelo jornalista, na terça-feira (27), O Supremo Tribunal Federal (STF) notificou Raquel Dodge para que apure desvios na condução das delações dos ex-executivos da Odebrecht, no âmbito do MPF.
O caso
A Operação Cartão Vermelho é uma investigação federal que ocorre no âmbito do Caso Lava Jato. O processo judicial tramita no Tribunal Regional Federal da 1º Região (TRF1). A investigação objetiva analisar contratos realizados entre o Estado da Bahia, durante o Governo Wagner, em 2013, com o Consórcio Fonte Nova Participações (FNP), empresa criada com a união das construtoras Odebrecht e OAS, com a finalidade de executar Parceria Público-Privada (PPP) de serviços de demolição, reconstrução e gestão do estádio Arena Fonte Nova, em Salvador. A investigação tem origem a partir do depoimentos de criminosos confessos executivos do Grupo Odebrecht, em acordo de delação premiada. Segundo levantamento dos órgãos de controle da União, a obra teve o menor custo por assento, dentro os estádios construídos para a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014.
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