O Grupo de Valorização da Educação (GVE), que reúne mais de 60 escolas particulares de Salvador e Lauro de Freitas, decidiu em reunião realizada na última quinta-feira (17/12), que as instituições poderão voltar às aulas em fevereiro de 2021. Em nota, a entidade confirma o desejo, mas pondera que ainda haverá encontros com a Prefeitura e o Governo da Bahia, antes do anúncio definitivo de uma data.
“Estamos prontos com os protocolos de saúde, usando experiências de outros locais onde já houve a volta às aulas, mas não estamos querendo atropelar nenhum decisão governamental, mas cobrar a nossa participação e contribuição nas decisões que devem ser tomadas”, diz o comunicado. O GVE reforçou, ainda, que tem realizado encontros com equipes de saúde e com representantes dos poderes públicos desde maio.
O grupo foi fundado em março, exatamente quando começaram as restrições por conta da pandemia. “Educação é muito mais do que ensino, também é a formação dos valores do indivíduo para toda a vida. A educação não cabe na tela. E na escola se aprende, também, os protocolos de saúde e de convivência”, enfatiza o GVE.
A nota salienta, ainda, não só os problemas financeiros das instituições, como psicológicos, causados aos alunos. “Estamos correndo riscos, pois nossas crianças estão sofrendo psicologicamente com a ausência do convívio escolar. Isso certamente vai provocar muitos problemas num futuro próximo”.
O comunicado comparou, também, a volta de esportes em equipe com o funcionamento das escolas. “O futebol profissional voltou e vemos que em todos os times aparecem jogadores afastados por COVID. Mas ninguém paralisou o futebol, que é uma diversão para adultos. Mas não há casos oficialmente registrados de transmissão de COVID nas escolas dos estados que reabriram o convívio escolar. As escolas foram abertas em 126 países e isso não provocou aumento nos casos da doença”, defende o GVE, sem apresentar a fonte dos dados.
As escolas afirmaram que já estão seguindo os protocolos de saúde vigente e que, até fevereiro, poderão se adequar às novas medidas que forem solicitadas pelo governo. “Mas não descartamos a judicialização da questão, como último recurso, da mesma maneira como ocorreu em outros estados”, alertam.