A palavra que deve nortear a formação do novo secretariado estadual na Bahia é mesmo “renovação”. O governador eleito Jerônimo Rodrigues já disse algumas vezes que deve realizar mudanças e que “quem fica muito tempo no mesmo lugar cria limo” (relembre aqui). Porém, o entorno do futuro gestor considera fortemente a possibilidade de alguns nomes permanecerem no governo, só que ocupando outra função.
“A conversa gira muito em torno de renovação, de dar uma sacudida, de balançar a poeira. Mas não é nem tirar a pessoa do governo. É colocar em outra área, fazer rodízio. Não é necessariamente que todos os secretários sairão, mas é dar uma mexida geral. Tem esse ímpeto”, revelou um interlocutor ligado à transição, sob condição de anonimato.
A liderança governista afirma que, apesar da transição estar mais focada, neste momento, na estrutura de governo do que na definição de nomes para o secretariado, algumas pistas já foram dadas por Jerônimo.
“Estamos pensando em redesenhar as secretarias e entender o que o governo Lula vai fazer. Ainda estamos no organograma, não chegamos no personograma”, disse.
Um dos nomes que deve seguir, mas ocupando um outro lugar é o atual secretário da Infraestrutura, Marcus Cavalcanti. Ligado ao PSD, do senador Otto Alencar, ele é um nome que agrada tanto ao governador eleito quanto ao atual governador Rui Costa (PT) e ao senador Jaques Wagner (PT).
Tem um personagem que já é antigo no governo, que provavelmente vai ter papel destacado, que é Marcus Cavalcanti. Ele é secretário há muito tempo, mas é um cara que Jerônimo gosta e confia. Tem a confiança de Wagner, de Rui e de Otto. Os quatro caciques gostam dele. Então eu acho que ele fica, mas não necessariamente na Seinfra”, avaliou outra fonte ao BN.
Outro que tem grande chance de ficar é o secretário das Relações Institucionais, Luiz Caetano (PT). Um dos integrantes do “núcleo duro” de Jerônimo desde o período de campanha, o ex-deputado federal é dado como praticamente certo no novo secretariado, sendo um dos poucos com possibilidade de seguir na mesma pasta.
Quem também é dado como certo é o atual assistente especial da Casa Civil da Bahia, Adolpho Loyola (PT). Assim como Caetano, ele integra o “núcleo duro” de Jerônimo desde a campanha e é um dos líderes da equipe de transição montada pelo governador eleito.
Na quinta-feira da última semana (3), a primeira reunião convocada por Jerônimo para discutir a transição teve como convidados, além de Caetano e Adolpho, o secretário da Comunicação, André Curvello; e o presidente estadual do PT-BA, Éden Valadares. Os quatro – que integrariam o “núcleo duro” do governador eleito – foram coordenadores da campanha petista neste ano, ao lado ainda de Lucas Reis, assessor de Jaques Wagner; e Diogo Medrado, diretor superintendente da Bahiatursa.
Dentro do governo, especula-se que Carlos Mello, atual chefe da Casa Civil, pode seguir para a Secretaria da Fazenda (Sefaz). Ele teria a preferência da maioria dos petistas para o posto. Quem também é ventilado para a pasta econômica é Marcus Cavalcanti
Já Vitório, inicialmente especulado para continuar na Sefaz, já tentou se viabilizar para o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e agora busca, junto a Rui e Wagner, um espaço no segundo escalão do próximo governo federal: ou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou no Banco do Nordeste do Brasil (BNB).