A Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), por meio da Superintendência de Políticas sobre Drogas e Acolhimento a Grupos Vulneráveis (Suprad), implantou um espaço voltado para o aprendizado coletivo e contínuo das 14 Comunidades Terapêuticas conveniadas que atuam no acolhimento e cuidado de pessoas em uso problemático de drogas no estado. Nesta quarta-feira (16), o encontro com os profissionais das entidades conveniadas aconteceu em Salvador e, além de debates sobre redução de danos e descriminalização do uso de drogas, discutiu os possíveis conteúdos que integrarão o ciclo 2017 do processo de capacitação.
Participaram do encontro, representantes das 14 entidades que compõem a rede de acolhimento conveniada com o Governo do Estado, dos municípios de Lauro de Freitas (Manassés), Feira de Santana (Crer, Nova Vida e Associação Cristã Nacional), Barreiras (Casa de Reintegração Social Nova Vida), Santo Estevão (Instituto Bambu), Senhor do Bonfim (Ebenézer), Irecê (Maanaim), Lapão (Comvida), São Sebastião do Passé (Crera), Dias D`Ávila (Desafio Jovem Peniel), Vitória da Conquista (Cotefave), Ilhéus (Abadi), Alagoinhas (Casa de Passagem).
As capacitações promovem atualizações técnicas e teóricas da clínica de Álcool e outras Drogas e temáticas voltadas para a garantia dos Direitos Humanos, com a participação de especialistas convidados. Na programação de encerramento, foram convidadas a psicóloga Daphe Soares, representando o Conselho Regional de Psicologia da Bahia (CRP), e a assistente social Dilma Franclin, conselheira do Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-Ba).
Segundo a diretora de Gestão e Monitoramento de Política sobre Drogas da SUPRAD, Emanuelle Santos Silva, “um dos objetivos do processo de capacitação é aproximar as entidades que atuam no estado dos conselhos regionais de Psicologia e de Serviço Social, órgãos que devem orientar e amparar a atuação dos profissionais. Nosso papel é articulador dessa relação entre os organismos reguladores e as entidades. Além disso, prezamos pela qualificação do atendimento e do cuidado prestado ao usuário problemático de substância psicoativa”, explicou.
Ao longo deste ano, os encontros ocorreram uma vez por mês, envolvendo uma média de 60 participantes, entre os gestores e os técnicos das instituições, equipe técnica da SUPRAD/SJDHDS e representantes da DPE – Defensoria Pública do Estado da Bahia. A metodologia propõe um processo participativo e dinâmico, que preza pela troca de conhecimento e de experiência entre as instituições, trazendo a possibilidade de agregar novas práticas e técnicas, e requalificar o atendimento e tratamento dos residentes.
“A parceria com a Suprad fortalece as ações das comunidades terapêuticas, pois garante suporte e recursos para a equipe técnica. E as capacitações ampliam as nossas relações com a rede e qualificam o perfil técnico”, comentou a psicóloga Inara Bastos, diretora do Instituto Bambu, do município de Santo Estevão.
Programação
As especialistas convidadas abordaram temas como ética profissional, singularidade do sujeito que está sendo atendido, formas diversas de vínculo entre profissionais e usuários, abordagens alternativas, cuidado x tutela, inclusão social, autonomia e co-responsabilização do usuário, e outras problemáticas que apontam para a complexidade da questão. “Uma sociedade livre das drogas é uma utopia, vai de encontro à própria história. É preciso reconhecer que a droga sempre esteve presente na experiência da humanidade e refletir sobre os efeitos colaterais da criminalização dessa prática”, disse a assistente social Dilma Franclin.
Fonte:SJDHDS