A adolescente Raíssa Lima Silva, 13 anos, morta durante uma festa em Itinga no último domingo (22) foi enterrada no final da manhã desta terça-feira (24) no Cemitério de Portão, em Lauro de Freitas. O pequeno salão onde aconteceu o velório não conseguiu comportar a quantidade de pessoas que vieram se despedir da menina. Cerca de 100 pessoas foram até o local para dar o último adeus a Raíssa.
Por todo canto, lágrimas. As irmãs e as amigas da adolescente eram as mais emocionadas, que choravam sem parar e chegavam a urrar de tanta dor. Uma das irmãs mais velha da jovem gritava: “O que fizeram com ela? Eu nunca pensei que ia ter que enterrar minha irmã, pensei que ela era que ia me enterrar”. A garota era a segunda filha de cinco irmãos. Tinha uma irmã por parte de pai, duas irmãs por parte de pai e mãe e um irmão por apenas parte de mãe.
Segundo familiares, a menina era evangélica, alegre e muito querida por todos. “Estamos sem chão. Ela estava na hora errada e no lugar errado”, contou um primo de Raíssa. A delegada que investiga o caso, Juceli Rodrigues, titular da 27ª Delegacia Territorial, conta que a menina não tinha envolvimento com traficantes e que provavelmente foi vítima de bala perdida. A família da jovem desmentiu a informação de que ela é prima de Leonardo Sodré, 26, conhecido como Léo Ferrugem, organizador do paredão e suspeito de tráfico de drogas na região.
A família não quis conversar sobre o crime, mas durante o velório o pai dela fez um pronunciamento emocionado. “Ela era uma pessoa pura, de coração bom. Infelizmente, a vida não vai trazer mais ela de volta. Mas eu digo a vocês, jovens. Quando o seu pai disser não vá, obedeça. Jovens, fujam da aparência do mal”, aconselhou. A madrasta de Raíssa revelou que a família não suspeita quem seja o autor do crime. “A gente não quer saber quem foi. Deus vai tomar conta de tudo e confortar a todos”, resumiu. Outro familiar disse que ela saiu de casa influenciada pelas amizades.
Investigação
A polícia falou que já identificou três suspeitos de terem realizado os disparos que vitimaram Raíssa e deixaram mais 9 feridos. “Foi mesmo um crime de guerra de tráfico. Quem foi lá tinha alvo certo, já sabia quem ia matar. Infelizmente, essa menina e outras pessoas inocentes foram atingidas”, revelou a delegada Juceli Rodrigues. Até o início da tarde desta terça-feira, a família da jovem ainda não tinha ido prestar depoimento.
Raíssa Lima Silva foi assassinada durante uma festa de paredão que comemorava o aniversário de Leonardo Sodré, 26 anos. Mais de 20 tiros foram disparados e outras nove pessoas foram baleadas no episódio ocorrido no bairro de Itinga, em Lauro de Freitas.
Fonte: Correio da Bahia