Em editorial, o jornal britânico The Guardian afirma que “a perspectiva de o extremista de direita Jair Bolsonaro se tornar presidente do Brasil sempre foi assustadora”. “Era um homem com histórico de atacar mulheres, gays e minorias, que elogiava o autoritarismo e a tortura. O pesadelo se revelou ainda pior na realidade”, continua. “Seu tratamento desastroso com Covid-19 parece estar causando dúvidas entre a elite econômica que anteriormente o abraçava. Algumas partes dos militares aparentemente compartilham desse mal-estar”, acrescenta.
De acordo com o periódico, “ele não apenas usou uma Lei de Segurança Nacional da época da ditadura para perseguir os críticos e supervisionou o aumento do desmatamento na Amazônia em 12 anos, mas também permitiu que o coronavírus se alastrasse sem controle, atacando as restrições de movimento, máscaras e vacinas”.
No texto, o jornal diz que “ataques violentos do presidente e seus comparsas não conseguiram conter um ambiente vibrante de mídia, intimidar os tribunais ou silenciar os críticos da sociedade civil”.
Segundo o The Guardian, “a possibilidade do retorno de Lula é suficiente para concentrar mentes da direita em encontrar um candidato alternativo, menos extremista do que Bolsonaro”. “Pode ser irritante ver aqueles que ajudaram sua ascensão se posicionarem como os guardiões da democracia, ao invés de seus próprios interesses. Mas sua saída seria bem-vinda, pelo bem do Brasil e do planeta”.