Com objetivo de realizar uma explanação das condições de moradia e habitação na cidade de Salvador, entendendo o bairro como uma extensão da casa, foi realizado, na tarde desta quarta-feira (19), um debate virtual para a construção participativa do programa de governo da pré-candidata a prefeita de Salvador e deputada estadual, Olívia Santana.
Trazer novas perspectivas para compreensão do território e estabelecer um canal de escuta dos soteropolitanos serão as principais bases do programa de Habitação e Moradia de Olívia. “Ter um teto é a luta de todas as comunidades, de todas as populações no mundo inteiro, mas nem sempre existe acesso à moradia de qualidade. A população de Salvador vive em situações de moradias extremamente precárias.”, destacou a pré-candidata.
Na oportunidade, o professor da Faculdade de Arquitetura da UFBA, Gilberto Corso, lembrou que 56,5% da população soteropolitana vive em zonas sem legislação específica e sem uma lei de ocupação do uso do solo. “Salvador é uma cidade segmentada socialmente. Temos um processo de ampliação da fragmentação social. Praticamente um terço da população está habitando em área de alto risco e apenas 3,6% nas áreas de baixo risco”, enfatizou Gilberto.
Já a professora do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFBA, Gabriela Gaia, ressaltou a importância da nova gestão “pensar o campo da Arquitetura com outras áreas de conhecimento, dialogando com as narrativas da cidade, que precisam ser pensadas conjuntamente, para que enfim uma política habitacional efetivamente coerente com as questões da cidade possa se realizar”.
A pré-candidata reforçou a necessidade de priorizar a população que vive em territórios mais precários. “Temos que ter uma política de moradia de urbanização de favelas. Tenho batido neste assunto como marca da nossa campanha, que precisa focar nessas zonas especiais de interesse social. É a negrada que vive na maioria das habitações precárias em Salvador”, afirmou Olívia.
Também presente no debate virtual, o coordenador geral do Movimento em Defesa da Moradia e do Trabalho (MDMT), Tikão Cerqueira, lembrou que o grande desafio da nova gestão é garantir o direito destas comunidades morarem dignamente.
O fundador e coordenador da ONG Cajaverde, Kilson Melo, enfatizou que “nós, que moramos na periferia, sempre nos perguntamos qual a cidade que nós queremos. Esta, sem dúvida, é uma grande missão da nova gestão: trazer planos que tenham um olhar de igualdade”.
Durante o encontro, os participantes tiveram a oportunidade de interagir com os convidados. Moradora do Subúrbio Ferroviário de Salvador, Terezinha Tavares afirmou que o debate participativo é muito importante para o povo do Subúrbio. “Ainda temos esperança e acreditamos nesta transformação por uma boa moradia”.
Moradora da Península Itapagipana, Maria de Lurdes lembrou da necessidade de projetos de habitação popular em áreas que são consideradas nobres na cidade.