Com dificuldades na relação com o Congresso e, consequente, aprovação de pautas importantes para a governabilidade, o governo Lula estaria enfrentando ainda uma série de disputas veladas em sua equipe. Segundo aliados, isso tem afetado a montagem de uma base coesa.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), dois dos principais responsáveis pela articulação política do Palácio do Planalto, por exemplo, têm se desentendido nos bastidores. O fogo amigo não se restringe a Padilha e Guimarães, atinge ainda Rui Costa [Casa Civil], alvo constante de queixas na bancada petista; Fernando Haddad [Fazenda]; e até Marina Silva [a do Meio Ambiente], conforme o Globo.
Segundo a reportagem, Guimarães nutria o desejo de ocupar o posto que ficou com Padilha. Agora o deputado utiliza a pressão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para enfraquecer Padilha no governo.
Por outro lado, parlamentares criticam a “falta de sensibilidade política” do ministro da Casa Civil. Rui só começou a reservar espaço em sua agenda para receber parlamentares recentemente, após críticas à sua postura.
Contudo, apesar de toda pressão em torno de ministros como Rui Costa e Haddad, o presidente já reiterou que não abandonará seus principais aliados e que os chefes das pastas consideradas estratégicas se manterão, sem intromissão dos partidos.
Rui, por exemplo, conforme o Portal iG, apesar do bombardeio sofrido por dez entre dez parlamentares no Congresso, é aliado de primeira ordem do presidente, que não considera legítimo exonerá-lo. Portanto, está blindado, na lista dos ‘intocáveis’.
Esse não seria o caso de Padilha, também pressionado pelos congressistas. Lula já estaria estudando a possibilidade de colocá-lo em outro ministério, como forma de amenizar a tensão, porém ainda não há definição. Ele é acusado de sofrer dificuldade ainda em atrair outros partidos para o Planalto, como o Republicanos e o Progressistas.