Após dois ex-funcionários do Museu Afro Brasil acusarem o diretor do espaço de assédio moral e sexual (clique aqui e saiba mais sobre o caso), mais um homem foi à público contando também ter sido vítima do baiano Emanoel Araújo. Raphael Arruda, de 32 anos, conta ter trabalhado no museu por dois anos, tendo contato direto com o diretor, e que no início as pessoas lhe alertaram sobre os abusos corriqueiros cometidos por ele. “Até então era só um cara com um humor bruto e péssimo trato com as pessoas. Alguns funcionários me alertaram sobre ele mas por um tempo não tive problemas. Até que um dia uma mão na cintura aqui, uma palavra mais obscena ali e era daí para baixo”, escreveu o ex-funcionário, relatando alguns episódios marcantes de abuso. “Ele me viu passando no corredor estreito e veio para cima de mim, falou algumas coisas e lambeu a minha orelha”, lembrou. Ele contou ainda que durante uma exposição Emanoel pediu que um amigo tirasse uma foto de Raphael sem seu consentimento e disse que a usaria para se masturbar depois. No relato ele diz ainda que o chefe chegou a afirmar que preferia usar o dinheiro que gastaria para trocar seu carro para ter o corpo do funcionário. Além de todos estes casos, Raphael lembrou um dos mais graves: “E claro já me tocou nos genitais”.
Arruda afirmou ainda que “Emanoel faz um espetáculo com o assédio” e que nada relatado por ele é segredo. “Sua conduta é conhecida, assim como dos notórios assediadores que ganharam manchetes nos últimos meses”, destacou, lembrando que os abusos envolviam também assédio moral, “certos ataques de raiva e uma estupidez com funcionários”. Após sair do museu, ele disse não ter problemas trabalhistas, já que a instituição cumpriu as obrigações previstas em lei. “Não estava mais motivado ali e após meu desligamento não tive mais que pensar nisso. Após ver os relatos de outros funcionários e de perceber que a mesma estrutura que o protege e relativiza abuso segue vigente, resolvi compartilhar o meu relato que espero que ajude outras pessoas a denunciar esse tipo de coisa”, desabafou o ex-funcionário, que diz ter “carinho muito grande” pelo Museu Afro Brasil, as pessoas que trabalham no local e “até mesmo pelo Sr. Emanoel”, mas diz esperar que o diretor acusado de assédio “responda diretamente a população, a justiça e as pessoas que feriu”. À Folha de S. Paulo, Emanoel Araújo afirmou que só se manifestaria por meio de seu a advogado, Belisário dos Santos Júnior, que diz que “o curador recebe com indignação a publicação de novas declarações sem qualquer respaldo em prova ou em denúncia aos fatos relatados”. A defesa diz ainda que Raphael Arruda era “mau funcionário a ponto de ter sido demitido em razão de descumprir obrigações”.
Fonte : Bahia Noticias.