Esta terça-feira, 11, é o Dia Nacional de Prevenção à Obesidade (e Dia Mundial da Obesidade), data oficial para abordar e alertar a população sobre um dos chamados “males da modernidade” – e que vem crescendo no Brasil e no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública do planeta.
Em Salvador, conforme o cirurgião bariátrico Erivaldo Alves, diretor do Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade (NTCO), cerca de 15% da população é obesa, e em torno de 45% estão acima do peso (46,75% dos homens e 43% das mulheres).
“Às vezes pensam que uma pessoa é obesa por comer muito. Mas é uma doença multifatorial. Nem sempre tem a ver com a comida”, alerta o especialista.
De acordo com ele, o fator genético está presente em 80% dos casos, além do metabolismo, sedentarismo e fatores psicológicos. “Há pacientes que passaram por traumas, que sofrem com depressão. Medicação pode ser um fator, de quem utiliza corticoide, antidepressivo, entre outros”, explica.
Ainda de acordo com o médico, a obesidade é uma doença “grave”, pois provoca outras doenças, como hipertensão, diabetes, acidente vascular cerebral e câncer em vários órgãos, como mama, estômago e próstata.
A gerente de loja Lourides Oliveira de Araújo, 45, fez cirurgia para redução de estômago há cerca de um ano. Ela pesava 116 kg. “Eu era forte, mas nunca fui gorda. Cerca de quatro anos atrás, comecei a engordar, tentei fazer dietas, mas não conseguia perder peso. Estava com a autoestima baixa”, conta a gerente. “Tive diabete, depressão, dores de coluna; não saía de casa, não comprava roupa. O que sempre gostei de fazer, eu parei devido ao meu peso”.
Ela conta que hoje está com 75 kg e melhorou bastante o estilo de vida. “Voltei a fazer o que gostava. Hoje, compro roupa, me sinto bem, estou com minha saúde em dia”, comemora.
Lourides recuperou a autoestima após fazer cirurgia bariátrica e perder 41 quilos (Foto: Adilton
Desequilíbrio
Considerada uma doença crônica, multifatorial, progressiva, que pode causar a morte precoce, a obesidade resulta de um desequilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a quantidade gasta, causando acúmulo de gordura. O distúrbio é reconhecido atualmente como um grave problema de saúde pública.
De acordo com a OMS, trata-se de uma “epidemia global”, decorrente de hábitos alimentares, sedentarismo e fatores genéticos. Uma pessoa com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30 é considerada obesa.
O IMC pode ser calculado dividindo-se o peso em quilos pela altura da pessoa ao quadrado.
Um terço das crianças, entre 5 e 9 anos, um quinto dos adolescentes e mais da metade dos adultos em todo o mundo estão acima do peso. “Mais de 50% dos brasileiros estão com excesso de peso, na faixa de sobrepeso e obesidade, com maior probabilidade de desenvolver diabetes, hipertensão, doença cardíaca, câncer e outros problemas de saúde, de acordo com levantamentos de entidades médicas e governamentais.
“A doença exige prevenção desde a infância, quando as crianças já devem ser estimuladas a ter hábitos alimentares saudáveis e praticar atividade física para melhora na qualidade de vida”, acredita o médico Marcus Lima, especialista em cirurgia bariátrica e videolaparoscopia.
Fonte: A Tarde