Dou o braço a torcer.
O algoritmo do STF escolheu Edson Fachin como novo relator da Lava Jato.
A gente tinha alguma dúvida, por vício de acreditar na Justiça. Acho que vício é palavra melhor, a esta altura, do que esperança.
Mas “deu” aquilo que em futebol chama-se de “passe telegrafado”.
O sorteio não é sorteio coisa alguma, porque atribui chances diversas em função do número de processos distribuídos a cada ministro. Como Fachin é muito mais novo que os demais ministros, entrou na Segunda Turma como “pule de dez”.
A roleta do STF sabe bem o que vai dar.
Fachin, para os que não se recordam, foi a mais polêmica indicação de Dilma ao Supremo e enfrentou uma maratona para ser aprovado no Senado.
Mas também deu sinais de ter sofrido uma metamorfose na sua antiga tradição de jurista progressista e garantista, votando a favor da prisão antes de esgotados os recursos judiciais e votando contra o afastamento de Eduardo Cunha do comando do processo de impeachment.
Em determinadas situações, a toga pode ser um casulo onde borboletas viram lagartas.