O julgamento do ex-presidente Lula no próximo dia 24 de janeiro, no TRF4 de Porto Alegre, representa muito mais do que uma etapa de um corriqueiro trâmite jurídico. E não somente porque a ação se dirige a uma personalidade popular considerada o maior presidente da história do Brasil por ampla maioria do povo. Mas, sobretudo, por representar um ponto decisivo de um grave retrocesso político.
Este retrocesso político começou a escalar depois das manifestações de junho de 2013, se intensificou com a reeleição de Dilma Rousseff em 2014 e culminou no golpe de abril de 2016. A partir de então, um conjunto de direitos sociais começou a ser suprimido, um a um, com recursos contingenciados ou mesmo cortados para diversas políticas e serviços públicos.
O patrimônio tem sido objeto de sucateamento e privatização. Primeiro, o leilão das reservas de petróleo da Petrobrás; depois, o interesse em vender a Eletrobrás; e por fim, os movimentos no sentido de alienar a Embraer, empresa crucial para a Defesa do território nacional, para a Boeing estadunidense.
Por um lado, são notáveis a estagnação econômica e o empobrecimento do povo brasileiro. Por outro, é insofismável o definhamento da posição do Brasil no mundo, sem protagonismo na arena internacional e sequer reconhecimento de chefes de Estado – que se negam a visitar o presidente ilegítimo, Michel Temer.
Nesse sentido, a Lava Jato, sob pretexto de acabar com a corrupção, representa a grande articulação dos interesses dos endinheirados brasileiros e internacionais. Parte do judiciário e a grande mídia são os operadores desse movimento voltado a judicializar a política e suprimir a soberania popular, numa verdadeira ditadura de toga. Mais do que uma escalada do Estado de Exceção, a Lava Jato e congêneres têm destruído empresas nacionais, deslegitimado sistema político nacional e enfraquecido nossa jovem democracia. O Estado de Direito e a Constituição cidadã de 1988 estão sob forte ataque.
Em suma, defender Lula é defender não apenas o legado e a história recente das forças progressistas, cujo ciclo de governo entre 2003-2016 proporcionou expressivo crescimento econômico, grande inclusão social e fortalecimento da posição internacional do Brasil. Defender Lula é defender a Democracia e a Soberania do Brasil e de seu povo. Por isso, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) não titubeia em denunciar a perseguição a Lula e em defender o direito do povo brasileiro de tomar as rédeas da sua história.