Falar da Caatinga é penetrar na sua imensidão que explica a história de um povo e das relações intrínsecas a este maravilhoso bioma. É trazer para si este pertencimento de saber que este tesouro natural é brasileiro e essencialmente nordestino.
A Caatinga foi morada dos oprimidos que fugiram da perseguição colonizadora, onde índios, negros e mestiços se espalharam em sua vastidão; encontraram outros povos valentes e fundaram uma nação de guerreiros. Foi na Caatinga de Belo Monte que os revolucionários de Antônio Conselheiro resistiram a opressão do Estado, que muitas vezes, impediu que um Brasil justo vingasse.
Existe tanta riqueza e beleza que afloram da Caatinga, que este 28 de abril merecia uma exposição da caatinga por todo território nacional.
A Caatinga é como a vida: têm flores e aridez. A sua biodiversidade quando bem trabalhada, gera força econômica que impulsiona a agricultura, pesca e pecuária. A Caatinga é fonte contÍnua da matéria prima que sustenta indústria farmacêutica, cosméticas, química e agroindústria.
Quantos agricultores familiares vivem da Caatinga? Inúmeros!
A Caatinga é a mais humana dos biomas, como tal, necessita ser cuidada, preservada. Atualmente, aproximadamente 80% dos ecossistemas originais já foram antropizados (sofreram alterações por culpa do homem). Tantos danos provocados ao longo do tempo por políticas predatórias criaram bolsões de miséria humana e natural. Perdemos espécies da nossa fauna e flora. Vimos nosso povo ser sacrificado por exploração desumana. Quando se destrói a Caatinga, as perdas são irreparáveis. É contra toda esta devastação que devemos lutar.
Os governos e membros do PT seja na esfera Federal, Estadual ou Municipal, age com políticas públicas ambientais e socioeconômicas que visam o convívio harmonioso e sustentável entre pessoas e meio ambiente. Tais políticas precisam ser reafirmadas diariamente; elas fazem oposição frontal àqueles que sempre viveram da exploração devastadora do bioma.
A Caatinga pede socorro, necessitamos de forma imediata ampliar as medidas de reflorestamento que compensem gradativamente os danos seculares causados pelos predadores ambientais/econômicos.
Seguimos com a missão de empoderar e conscientizar os nordestinos, maioria absoluta dos que convivem na Caatinga. Quando trazermos o ser humano para o centro de todo e qualquer debate, por lógica natural, as relações de exploração mudam. Sequer podemos permitir exploração. Quando transformamos a mentalidade predatória, interferimos diretamente nos biomas, estes, renascem de forma progressiva. O convívio socio-sustentável permite preservarmos pessoas e a Caatinga. Sobretudo, proporciona evoluirmos enquanto civilização. Desta maneira, nos firmamos entre aqueles que escolheram defender e repartir as nossas riquezas de maneira lúcida. Construimos nova lógica de viver!
Cuidar da Caatinga é eleger a vida como prioridade máxima.
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). Se concorda, compartilhe!