A enfermeira Marcelle Blaser, de 37, foi possivelmente a primeira brasileira a ser vacinada na Irlanda contra a Covid-19 no último dia de 2020. Ela trabalha há cerca de três anos no país e está em um dos grupos prioritários para receber as doses da Pfizer/Biontech Covid-19, o dos profissionais de saúde.
Marcelle contou ao portal E-Dublin que, neste primeiro momento, apenas funcionários de alguns setores, como Emergência e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), estão sendo vacinadas. la ressaltou que não houve obrigatoriedade de tomar a vacina por parte do governo e que nem todos os colegas de trabalho conseguiram ser vacinados por causa da alta demanda. “Aos poucos eles estão liberando mais datas e horários, mas apenas para quem tem interesse”, disse.
Para ser vacinada, Marcelle preencheu um formulário no hospital para confirmar que se enquadrava nos critérios exigidos, como não estar grávida, estar sem sintomas de Covid e não ter alergia a Polietilenoglicol. “Estava esperando ansiosamente pela chegada da vacina. Já tinha pesquisado a respeito, estava acompanhando o processo de validação e vacinação ao redor do mundo, vi as notícias sobre os testes e os desafios de logística sobre essa vacina (Pfizer)”, ressaltou.
Marcelle deve tomar a segunda dose no fim de janeiro. “Eu me sinto privilegiada por ter acesso prioritário, principalmente trabalhando em um ambiente de alto risco, com casos aumentando cada vez mais. Dessa forma, me sinto mais segura para fazer meu trabalho”. A enfermeira afirmou, ainda, que está bem após tomar a vacina e que apenas uma leve dor no braço ficou após a vacinação, o que é comum com todas as vacinas injetáveis.
“A pandemia veio como uma guerra e nós somos soldados na linha de frente. Existe uma abstenção muito grande por funcionários que se adoecem também, causando uma sobrecarga de trabalho ainda maior, fora o peso e a responsabilidade de não servir de vetor de contaminação dentro do próprio hospital, comunidade e no lar”, conta.