A pandemia de coronavírus pode levar os Estados Unidos a tomar uma medida que nem o surto de gripe espanhola de 1918, nem a guerra civil, nos anos 1860, produziram antes na história: o adiamento das eleições presidenciais, marcadas para o dia 3 de novembro.
Embora até agora nenhuma autoridade tenha publicamente defendido isso no país, o assunto começou a ser cogitado por acadêmicos e políticos em Washington, especialmente depois que, diante da pandemia, nove Estados e um território decidiram postergar seu processo de primárias para escolher o candidato democrata que deve enfrentar o republicano Donald Trump, postulante à reeleição.
A discussão ocorre também no Brasil quanto às eleições municipais de outubro. No domingo passado, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, propôs o adiamento do pleito, mas a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, a ministra Rosa Weber, divulgou, na tarde deste domingo (29), um comunicado afirmando que as eleições municipais de outubro irão acontecer. “Neste momento ainda há plenas condições materiais de cumprimento do calendário eleitoral”, disse. Ainda de acordo com Rosa Weber, três testes em urnas eletrônicas foram cancelados nos últimos dias devido ao coronavírus. A Corte estuda novas datas para que os testes sejam realizados. “Estamos acompanhando atentamente a evolução diária do cenário nacional, inclusive para eventuais reavaliações, mantidas as atividades essenciais à realização das Eleições 2020”, completou.
A emergência epidemiológica colocou a possibilidade de adiamento de eleições na mesa globalmente, já que 2020 é ano eleitoral em uma série de países ocidentais.