… antes que seja tarde para os inquilinos da Terra.
Durante a 21a Conferência das Partes (COP 21), realizada de 30 de novembro a 11 de dezembro de 2015, em Paris, na França, apresentei contributo modesto aos debates que a agenda do clima urgentemente reclama. Por ser um tema sempre atual, compartilho com vocês, prezados(as) leitores(as), alguns extratos do documento que enviamos ao evento:
Há décadas, venho insistindo que a destruição da Natureza é a extinção da raça humana. Fica evidente que essa não é uma simples frase de efeito para chamar a atenção desta Humanidade, sempre apressada, muitas vezes rumo ao próprio extermínio.
Em geral, as criaturas se movem como se o amanhã não existisse. Desse modo, deixam de avaliar o resultado futuro de seus atos no presente. É preocupante, porque, quando os efeitos devastadores da má semeadura chegam, o quadro pode ser irreversível ou acompanhado de imensos prejuízos.
Sustentabilidade é palavra da moda. Contudo, agimos em consonância com seu significado? Os problemas relacionados aos recursos naturais aumentam a cada dia. Vejam a diminuição dos reservatórios de água em diversas cidades brasileiras e do mundo!
Vez por outra, vêm à tona estudos demonstrando que qualquer ação desenfreada contra o meio ambiente traz algum tipo de desequilíbrio local ou à distância. Mesmo assim, as árvores continuam sendo “estorvo” ou objeto de ganância sem fim na Amazônia, na Mata Atlântica ou em qualquer lugar. Até quando?
Atitudes decididas de preservação
Na década de 1980, pesquisadores já alertavam para o risco de a capital bandeirante vivenciar clima semelhante ao do Nordeste do Brasil. Com seguidas massas de ar seco sobre a região, falta de chuva recorrente, poluição sem controle, sua famosa marca de “terra da garoa” vai ficando no passado. Ainda que o comportamento climático também seja cíclico, tal fato não sugere que devamos baixar a guarda.
A esperança é que o povo — e isso em todo o orbe, desde as pessoas mais simples às que dirigem as nações — tome atitudes decididas de preservação de nossa espécie. Se as coisas persistirem como andam, lá na frente poderemos ler anúncios assim: “Restam poucos exemplares humanos em tal localidade. A região, antes repleta de vida, tornou-se hostil, sendo totalmente prejudicada pela aridez e pela falta de visão de seus moradores”. Pode ser chocante, mas os filhos da atual geração e, posteriormente, netos dela própria pedem socorro aos que hoje gastam, de maneira condenável, o que o planeta lhes oferece.
Hawking: colonizar o espaço para sobreviver
O conceituado astrofísico inglês Stephen Hawking chegou mesmo às raias de afirmar ao site Big Think que “nossa única chance de sobrevivência em longo prazo não é permanecer na Terra, mas se espalhar pelo espaço”. E prossegue: “Eu vejo um grande perigo para a raça humana. Houve vezes, no passado, em que a sobrevivência [do ser humano] foi incerta. (…) Nossa população e o uso de recursos finitos do planeta Terra estão crescendo exponencialmente, assim como nossa capacidade técnica de mudar o ambiente para o bem e para o mal”, disse Hawking. Vejam que não se trata de nenhum alarmista.
É de se destacar também que muita gente idealista e pragmática — a exemplo do próprio ex-professor lucasiano emérito da Universidade de Cambridge — vem dando voz ativa à fauna e à flora que nos cercam. Entretanto, é preciso que essa consciência se multiplique por toda parte, começando pelas crianças, em casa e nas escolas.
Aplacar as tempestades
Confiantes, rogamos a Deus que aplaque as intempéries meteorológicas que levam, todos os anos, sofrimento a multidões no mundo. E sejamos cidadãos conscientes de que, se merecedores, Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, em pessoa novamente, fará os prodígios relatados no Evangelho, segundo Lucas, 8:24, quando o Celeste Timoneiro acalma uma tempestade.
O Mestre dos Milênios virá e repreenderá o vento e a fúria da água, hoje simbolizada igualmente pela sua escassez. Usufruir de bonança na atualidade depende do convívio harmônico com a Natureza.
E finalizo este texto com trechos da mensagem “LBV, Rio-92 e os desafios da Rio+20”, que humildemente enderecei aos chefes de Estado do mundo inteiro e a suas comitivas, além de aos representantes da sociedade civil, presentes à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS), a Rio+20, realizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012, na capital fluminense. Especialmente para o evento, remetemos a revista especial BOA VONTADE Meio Ambiente nos idiomas português, inglês, espanhol e francês:
Gente que luta
Para que nosso planeta sobreviva aos efeitos de tanta ganância pelos séculos, verdade seja dita, temos visto notáveis esforços de pesquisadores e de cidadãos engajados na melhora da qualidade de vida por todo o globo. Aliados às iniciativas que buscam a alimentação saudável, por intermédio da agricultura orgânica, meios de transporte alternativos e a proteção do meio ambiente, pela reciclagem e pelo tratamento racional do lixo e aproveitamento das águas da chuva, excelentes trabalhos de cientistas e outros estudiosos prometem bons resultados no curto e no longo prazo. Por exemplo, é intensa a pesquisa na área energética, sobretudo em relação a fontes renováveis e limpas: biocombustível, biomassa, energia azul, energia geotérmica, energia hidráulica, hidreletricidade, energia solar, energia maremotriz, energia das ondas e energia eólica, além de outros objetos de estudo pouco conhecidos e aqueles que nem mesmo sabemos ainda que serão descobertos. A Fé é o combustível das Boas Obras.
“Não jogam a toalha”
Destaco, por devido, o esforço militante, pela causa do meio ambiente, de entidades governamentais e do Terceiro Setor, sérias e ativas, no Brasil e no mundo; de multidões de idealistas que “não jogam a toalha” e continuam na linha de frente pelejando por um planeta realmente melhor.
Nosso brado é este: Educar. Preservar. Sobreviver. Humanamente também somos Natureza.
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com