Vacinas protegem contra doenças responsáveis por mais de 270 mil internações do público idoso.
Uma das principais causas de internações e mortes em idosos são as doenças pneumocócicas como a bronquite, meningite e, principalmente, a pneumonia. Segundo estudo publicado na revista Value in Health, em junho deste ano, cerca de 272 mil internações e mais de 71 mortes de pessoas com mais de 60 anos no Brasil são causadas anualmente por essas doenças, que podem ser evitadas se o paciente seguir à risca o calendário de vacinação.
“Ainda existe uma cultura de se vacinar apenas crianças, no entanto, os adultos também precisam ficar atentos à imunização”, explica Sylvia Lemos, médica infectologista da Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, da qual o Laboratório Leme faz parte. De acordo com a doutora, manter as vacinas em dia também deve ser uma preocupação do público acima de 60 anos.
“Nosso sistema imunológico perde a força com o passar dos anos. Além disso, os idosos correm mais risco de desenvolver complicações após evoluções clínicas graves por essas doenças e as vacinas são primordiais para reduzir riscos de adoecimentos nessas pessoas. Também é importante, ficar atento, para os mais jovens (abaixo de 60 anos) mas que tenham doenças associadas/comorbidades, como Diabetes, uso contínuo de corticoides/imunossupressores ou doenças que causem imunodepressão, uma vez que estão mais vulneráveis pelas alterações imunológicas”, alerta a especialista.
Para conscientizar e informar a população, a médica apresenta as principais vacinas que toda população acima de 60 anos deve tomar. Vale lembrar que todas estão disponíveis no Leme.
Influenza
A vacina contra a gripe protege o paciente da infecção causada pelo vírus influenza. A doença apresenta sintomas respiratórios e pode ter consequências graves no público acima de 55 anos.
Pneumocócica
A pneumo 23 e a pneumo 13 são as duas vacinas pneumocócicas indicadas para o público adulto. Elas protegem o organismo contra várias doenças causadas pelo pneumococo, desde as mais leves, como a otite, até as mais graves, como a pneumonia, a meningite e possível sepse. Para o público acima de 60 anos, a pneumo 13 e a pneumo 23 devem ser aplicadas rotineiramente num esquema sequencial que começa idealmente com a pneumo 13 e se completa com a pneumo 23.
Febre Amarela
A febre amarela é uma doença viral aguda, podendo causar febre hemorrágica e até a morte. A indicação é que ela seja aplicada na população que vive em regiões de risco e para aqueles que vão viajar a locais com incidência da doença. Para os idosos, é necessário pedido médico para aplicação.
Herpes Zóster
O herpes zóster, causado pelo herpesvírus humano tipo 3, é comum na população acima de 60 anos justamente por causa da queda da imunidade ao vírus nessa faixa etária. Maiores de 50 anos devem tomar a vacina rotineiramente.
Tríplice Viral
A vacina tríplice viral previne o sarampo, a caxumba e a rubéola, doenças que podem causar complicações graves em idosos com o sistema imunológico comprometido. A tríplice viral é indicada na infância, no entanto, ainda há muitos adultos que não tomaram – nesse caso, ela pode ser aplicada em qualquer momento da vida. Pessoas acima de 60 anos não precisam habitualmente receber a tríplice viral pois já tiveram sarampo, caxumba e rubéola quando crianças.
Tríplice Bacteriana
Difteria, tétano e coqueluche são os alvos da tríplice bacteriana. São doenças graves e que podem causar sequelas permanentes se não forem tratadas. Para o público idoso que já tomou na infância, é importante reforçar o esquema de vacinação.
Hepatite B
A hepatite B e uma infecção que pode evoluir para doença crônica, cirrose e carcinoma de fígado. Por isso, a vacina hepatite B e recomendada desde recém-nascidos até idosos.
Doutora Sylvia Lemos Hinrichsen enfatiza que, além de manter as vacinas em dia, é importante seguir uma rotina de saúde, com visitas anuais ao médico, uma vez que muitas doenças podem ser evitadas se prevenidas e ou diagnosticas precocemente.