O ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino chega a Salvador nesta quinta-feira (5/10), às 14h, para fazer novos anúncios sobre os investimentos do governo federal no combate ao crime organizado na Bahia.
Na segunda-feira (2), o ministro anunciou uma série de medidas de combate às organizações criminosas no Brasil, com foco nos estados da Bahia e do Rio de Janeiro. Para a Bahia, o ministro autorizou o repasse de R$ 20 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública, que deverá ser usado para fortalecer as instituições de segurança pública e defesa do estado.
Na Bahia, há, infelizmente, um poder armado instalado nas organizações criminosas que oferecem forte resistência e tentam impor domínio territorial, a semelhança do que aconteceu em outros estados”, comentou Dino, que lamentou as mortes de policiais e civis.
De acordo com um levantamento do Instituto Fogo Cruzado, apenas em setembro deste ano, 177 pessoas foram baleadas na Bahia, 137 morreram e 40 ficaram feridas. Das 177, 81 foram atingidas durante operações policiais. Em Salvador e Região Metropolitana, foram registrados 74 tiroteios em ações policiais, que resultaram na morte de 72 pessoas e deixaram 13 feridas.
INTERVENÇÃO FEDERAL
Apesar dos investimentos do governo federal, Dino afasta a possibilidade de uma intervenção federal ser decretada na Bahia para combater o avanço do crime organizado no estado. Segundo o ministro, esse tipo de intervenção só é feita quando o Governo do Estado não está trabalhando para conter a violência:
Não se cogita por uma razão: o Governo do Estado está agindo. A intervenção federal só é possível quando, de modo claro, inequívoco, o aparato estadual não está fazendo nada”.
O ministro também informou que está em diálogo constante com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), e com o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, com o objetivo de aperfeiçoar as operações policiais no estado.
“Nós temos conversado com o governador [Jerônimo Rodrigues], com o secretário de segurança [Marcelo Werner], para que haja um aperfeiçoamento, um aprimoramento dessas ações. É um quadro muito desafiador, muito difícil. O que nós, do governo federal, fizemos neste momento, foi fortalecer a presença da Polícia Federal para apoiar essas ações. Sobretudo, visando a pacificação. Infelizmente, as organizações criminosas se fortaleceram muito nos últimos anos, aumentaram o acesso às armas em todo o Brasil, por conta de uma política errada que havia no nosso país”.
Em agosto deste ano, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) assinou um acordo com a Polícia Federal e criou a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), que realiza operações em conjunto no estado. Uma delas, que aconteceu no último dia 15, no bairro da Valéria, em Salvador, deixou cinco pessoas mortas, incluindo o policial federal Lucas Caribé. Apenas neste mês de setembro, a Bahia registrou 46 mortes durantes operações policiais.
Após a morte do agente federal, que costumava fazer parte da equipe de segurança do presidente Lula (PT) na Bahia, veículos blindados e policiais do Distrito Federal foram enviados para a Bahia. Essa ação, de acordo com Flávio Dino, não pode ser caracterizada como intervenção federal, e sim “apoio financeiro e material”. “Somos contra mortes em confrontos e que sejam externas ao confronto e essa é a orientação que estamos transmitindo”, apontou o ministro