Condenado por contrabando e cumprindo pena com tornozeleira eletrônica, o agente Newton Ishii, conhecido como “Japonês da Federal”, voltou a escoltar presos da Operação Lava Jato nesta semana. Na última segunda (5), ele conduziu o ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, durante exame médico em Curitiba. Um dia depois, foi a vez do pecuarista José Carlos Bumlai ser amparado pelo japonês, na chegada à PF.
Ishii, que cumpre pena no regime semiaberto, foi condenado por facilitação de contrabando enquanto atuava em Foz do Iguaçu (PR), na fronteira com o Paraguai, em 2003. No último ano, o agente se notabilizou por coordenar a escolta de presos na Polícia Federal em Curitiba, e virou um símbolo da Lava Jato.
Logo após sua prisão, em junho, cumprida depois que o STF determinou a prisão de réus condenados em segunda instância (caso de Ishii), ele foi afastado da escolta e começou a cumprir trabalhos internos.
Nesta semana, o japonês voltou às ruas em função da ausência de outros policiais do setor. A Polícia Federal, porém, diz que não há impedimento para que Ishii atue na escolta. Condenado a quatro anos e dois meses de prisão, o agente não perdeu o cargo público. Por ser réu primário e não ter cometido o crime mediante violência, Ishii recebeu o benefício do regime semiaberto, com uso de tornozeleira.
A única determinação do juízo é que ele permaneça em casa entre 23h e 5h e aos finais de semana, além de não se ausentar de Curitiba e região metropolitana sem autorização. Em outubro, o regime de Ishii será revisto. Na época de sua prisão, agentes federais manifestaram solidariedade ao japonês, que é considerado um policial eficiente e comprometido.
Em nota, a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) declarou ‘total apoio‘ a Ishii, e diz que há inconsistências na acusação contra ele.