Um grupo formado por artistas, advogados, ativistas e empresários vai lançar um manifesto contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República. Sem apoiar qualquer outra candidatura de adversários do presidenciável, o documento, intitulado “Pela democracia, pelo Brasil”, afirma ser necessário um movimento contra o projeto antidemocrático do candidato.
“É preciso dizer, mais que uma escolha política, a candidatura de Jair Bolsonaro representa uma ameaça franca ao nosso patrimônio civilizatório primordial. É preciso recusar sua normalização, e somar forças na defesa da liberdade, da tolerância e do destino coletivo entre nós”, diz o texto, segundo o Estadão.
O manifesto lembrou que, na história, outras figuras transformaram a democracia em regimes autoritários com a promessa de resgatar a credibilidade de suas nações.
“Nunca é demais lembrar, líderes fascistas, nazistas e diversos outros regimes autocráticos na história e no presente foram originalmente eleitos, com a promessa de resgatar a autoestima e a credibilidade de suas nações, antes de subordiná-las aos mais variados desmandos autoritários”, diz outro trecho do manifesto.
O documento conta com cerca de 150 assinaturas, entre elas as de Maria Alice Setúbal, educadora e acionista do Itaú Unibanco; do economista Bernard Appy; do empresário Guilherme Leal, sócio da Natura; de Caetano Veloso e Paula Lavigne; do advogado e professor da FGV Oscar Vilhena; e do médico Drauzio Varella.
Caetano e Paula Lavigne declararam apoio a Ciro Gomes (PDT) nesta eleição. Maria Alice Setúbal e Guilherme Leal já atuaram ao lado de Marina Silva (Rede) em pleitos passados, mas não têm papel na campanha atual da ex-senadora.
O manifesto deve ser lançado ainda neste domingo com uma relação inicial de signatários e ficará hospedado num site próprio do movimento. A lista ficará aberta para quem quiser incluir a assinatura.