Excesso de colesterol aumenta o risco de infarto do miocárdio e derrame cerebral
O colesterol possui funções essenciais para o nosso corpo, principalmente na produção da vitamina D, testosterona, estrógeno, cortisol e ácidos biliares que atuam na digestão da gordura. Porém, é preciso atenção as taxas deste componente em nosso organismo. Dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) revelaram uma realidade preocupante: 4 em cada 10 brasileiros possuem hipercolesterolemia, conhecida popularmente como colesterol alto, e quantidade significativa de pessoas não sabem como anda sua taxa.
“Níveis sanguíneos muito altos (LDL acima de 190mg/dl) de colesterol são preocupantes em qualquer idade, pois podem indicar problemas genéticos e estar associados a complicações precoces ao longo da vida. Entretanto, no cotidiano médico, o resultado de exames de colesterol deve ser avaliado individualmente, conforme o risco do paciente para aterosclerose. Dizemos que, de um modo geral, quanto maior esse risco, menor deve ser a sua taxa de colesterol ruim”, explica o Dr. Marcos Barros, cardiologista e professor de medicina da Universidade Salvador (UNIFACS).
Colesterol alto, geralmente é resultado de um distúrbio do metabolismo dos lipídios (gorduras) de origem genética ou de uma alimentação inadequada. Seu excesso acende um alerta, pois pode formar placas de gorduras nas paredes das artérias e dificultar ou obstruir a passagem do sangue. Isso aumenta o risco de problemas como infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico (derrame cerebral) em pessoas que sofrem de aterosclerose – doença inflamatória crônica causada pelo acúmulo de gorduras e inflamação da parede dos vasos sanguíneos.
Cuidados e prevenção
Um dos grandes riscos da hipercolesterolemia é que ela não apresenta sintomas. Por esse motivo, a conscientização sobre a prevenção contra o colesterol alto é muito importante. Não à toa, o Dia Mundial de Combate ao Colesterol, datado em 08 de agosto, é usado para promoverem informação e conscientização sobre o tema.
“O controle da hipercolesterolemia deve ser acompanhado por um profissional médico, aliado à outras áreas, como a Nutrição e a Educação Física, se possível. A prevenção desse problema está na manutenção do estilo de vida saudável e avaliação médica periódica, particularmente para indivíduos com risco para aterosclerose”, esclarece Marcos Barros.
O especialista alerta, também, para algumas condições que podem estar associadas à elevação de colesterol e triglicérides no sangue, tais como: sedentarismo, obesidade, gravidez e climatério (transição fisiológica do período reprodutivo para o não reprodutivo na mulher), diabetes mellitus, hipotireoidismo e uso de medicamentos, entre eles os hormônios androgênicos.
Em relação a alimentação, o recomendado são dietas que contemplem maior inclusão de alimentos naturais, como grãos, frutas, hortaliças oleaginosas, além de carnes magras (peixes e aves) e produtos lácteos com menor teor de gordura. “Por outro lado, produtos como biscoitos, embutidos, enlatados, industrializados ou (multi) processados têm o seu consumo desencorajado”, sinaliza o médico.
Dados
De acordo com o Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares são a primeira causa de mortalidade no Brasil, com cerca de 300 mil mortes anuais. E o colesterol alto é um dos principais fatores que colaboram para o desenvolvimento dessas doenças.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) define alguns parâmetros para os níveis de colesterol que são aceitáveis em nosso organismo: colesterol total deve estar abaixo de 190mg/dl; o HDL-c (popularmente conhecido como “colesterol bom”) deve estar acima de 40mg/dl; e o LDL-c (chamado de “colesterol ruim”) abaixo de 130 mg/dL em indivíduos com baixo risco para aterosclerose. Porém esses números podem variar.