Enfermeira Daniela Dantas comprou apartamento em Buraquinho e espera entrega há quatro anos
Até quatro anos de espera, tentativas de acordo e busca por respostas. Essa é a situação de proprietários de apartamentos em Lauro de Freitas, na região metropolitana, e em Salvador, que ainda não podem receber as chaves dos imóveis.
Um dos casos é da enfermeira Daniela Dantas, que deveria ter recebido o apartamento que comprou em 2013 na praia de Buraquinho, em Lauro de Freitas. Na época, a construtora deu um prazo de seis meses para o imóvel ser entregue, mas não cumpriu.
“Tiveram proprietários que compraram em 2011 para entrega em 2013 e que não aconteceu. Eu comprei em 2013 para entrega em 2015, o que não também aconteceu e a gente vem nesse problema sem fim”, reclama Daniela.
Enquanto não recebe as chaves do apartamento novo, ela tem que pagar R$ 900 de aluguel, além de R$ 450 para guardar móveis que comprou para a casa nova, além de parcelas do financiamento, de cerca de R$ 3 mil por mês. “A gente faz contatos com a PDG, eles não são reais nas previsões. O que a gente queria, na verdade, era uma data certa”, aponta.
Donos de apartamentos em outro prédio, no bairro de Patamares, em Salvador, também vivem o mesmo tipo de angústia que Daniela. A espera já dura um ano e meio, desde o último prazo dado pela construtora. De acordo com a empresa, o “habite-se”, que autoriza a habitação dos imóveis, não foi liberado, mas os moradores já foram convocados pela empresa para uma reunião que vai instituir o condomínio e eleger o síndico.
“A sede da empresa não está funcionando, os telefones não atendem, agora nosso único contato é a Consulte, que é uma consultoria mobiliária que eles nos fornecem, e só a parte de pagamento”, diz a advogada Isabela Almeida.
Gisele Maciel e o marido dela, Anderson, compraram um apartamento no mesmo prédio em Patamares em 2015, com promessa de receber em janeiro do ano passado. O plano era se mudar depois do casamento, mas foi adiado e eles estão morando na casa da mãe de Anderson.
“Nós não compramos o apartamento para outro tipo de coisa. Nós queríamos residir. Hoje nos entregaram uma chave provisória para reformas e reparos na parte interna, mas o habite-se até hoje não saiu. A cada prazo que nós acompanhamos na Sefaz, no site, aparece um tipo de problema diferente. Por outro lado, a parte externa do imóvel está completamente sucateada, no lugar do jardim temos matos, ervas daninhas. Tem duas ou três paredes que não têm rejunte, sem falar em outros problemas como ferrugem e garagem com vazamento. No momento, eles nem respondem nossos emails”, reclama a fisioterapaeuta Gisele Maciel.
No caso do apartamento de Patamares, em Salvador, a Incorporadora Reserva Patamares II Empreendimento Imobiliário disse que o habite-se foi expedido no final de dezembro do ano passado, e que a demora teria sido por algumas exigências do município, mas que já foi dada entrada na última etapa para a entrega das unidades. A empresa disse ainda que o Condominio Bosque Patamares tem previsão de conclusão para o fim deste mês.
Sobre o outro condominio que fica em Lauro de Freitas, a Incooporadora PDG falou que o habite-se foi aprovado no último dia 31 de janeiro, e que nos próximos dias, vai buscar a documentação e convocar os proprietários.
Fonte: G1 BA