Eis que estamos aqui no ano em que comemoramos 13 anos e mesmo adolescentes olhamos para trás e conseguimos perceber, cada um/a em sua etapa de envolvimento e compreensão, e o quanto caminhamos…
Quantas/os profissionais já passaram por nossas vidas, quantas mulheres acolhidas e atendidas em suas demandas das mais simples as mais delicadas e em todas elas imprimíamos o cuidado, a atenção, a escuta e o zelo pelos detalhes que nos ajudariam a unir forças e buscar novos caminhos junto a essas mulheres por nós consideradas cidadãs de direitos e sonhos!
Hoje, olhando para trás, também vemos muitas lutas, choros, emoções e outros sentimentos misturados… Às vezes a excitação de alcançar um objetivo em questão de dias era substituída pela sensação de solidão e impotência, mas nada disso pode nos parar ou parar nossa luta…
Essa força pode ser explicada com a história, aproximadamente nos anos de 2004 quando ainda o município de Lauro de Freitas assistia a violência contra as mulheres crescer e atingir níveis alarmantes, quando a Lei Maria da Penha nem sonhava em ser promulgada, feminicídios acontecendo mesmo sem ter sido alcançada essa concepção política de crime, mas os movimentos sociais já estavam atentos aos números e as mulheres em Lauro de Freitas começaram a se unir em torno das idéias de proteção e segurança por uma vida sem violência
À partir da luta do movimento de mulheres e atendendo as demandas pleiteadas, em 2005, a Prefeita Moema Gramacho criou a primeira Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres do país, o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher e, consolidando o seu compromisso com os direitos das mulheres, em 20 de abril de 2006, criou o Centro de Referência Lélia Gonzalez.
Depois disso foram mais e mais lutas, construções coletivas, acolhimentos e atendimentos que hoje nos colocam marca de referência no enfrentamento à violência contra a mulher, ao longo desses 13 anos, onde nos últimos dois anos vimos aprimorando os serviços inclusive as parcerias tem nos possibilitado proporcionar atividades, cursos e oficinas, para as mulheres que em sua maioria são negras, com baixa escolaridade, sem remuneração, beneficiárias de programas do governo federal, sobrevivendo em situação de vulnerabilidade social e ainda precisam enfrentar milhares de desafios para manterem-se vivas e assim poder sustentar suas famílias.
Tempos difíceis vivemos, de violações de direitos, de necessidades expostas, de economia e política nacional ruim e ainda assim nos cabe buscar caminhos e concretização de sonhos através da luta por direito a mais anos de vida!
À EQUIPE DO CENTRO DE REFERÊNCIA LÉLIA GONZALEZ
20 de abril de 2019