A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) realizou uma videoconferência nesta quarta-feira (10/3) para apresentar o relatório com resultados do protocolo sanitário implementado pela entidade em 2020 para realização das competições nacionais em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19). O secretário-geral da CBF, Walter Feldman, afirmou que o futebol é um ambiente “seguro, controlado, responsável e tem todas as condições de continuar”.
Segundo o relatório, mais de 89 mil testes foram realizados e 13.237 atletas monitorados durante os torneios organizadas pela CBF (masculino e feminino, profissional e base). Por meio de gráficos comparando a taxa de transmissão comunitária da covid-19 no país e no futebol, a comissão médica especial da entidade concluiu, segundo nota publicada no site oficial da confederação, que “não há evidência de contaminação cruzada em campo”.
“Nas partidas em que havia três ou mais atletas com PCR positivo, eles foram isolados. Avaliamos nos próximos 14 dias a eventual ocorrência de outros positivos nos atletas que participaram desses jogos. Em 67 interações em que havia pelo menos três jogadores que foram retirados da partida, não houve nenhum caso positivo nos times adversários”, detalhou, durante a videoconferência, o epidemiologista Bráulio Couto, doutor em Bioinformática e professor do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH).
A CBF também anunciou alterações no protocolo de 2021, como testes 72 horas antes de cada partida e 72 horas após o retorno da delegação nas rodadas como visitante se o intervalo para o jogo seguinte exceder cinco dias.
“Um jogador que jogou 38 partidas na Série A ou na Série B foi submetido 38 vezes ao exame de PCR. E só graças a esse protocolo que nós podemos hoje compartilhar que foi tão seguro realizar a temporada 2020. Agora, nós estamos preocupados também com o entorno, com o que acontece fora do campo, nas viagens, nas concentrações, nas academias dos clubes, para tornar tudo ainda mais seguro aos atletas”, disse o infectologista Clóvis Arns, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, na videoconferência.
“Dentro do campo, conseguimos mostrar que é muito seguro ter futebol baseado nesse protocolo. No futebol, está sendo feito algo que nenhuma outra atividade econômica fez, que é a busca ativa dos atletas assintomáticos fazendo PCR no máximo três dias antes das partidas”, concluiu Arns.