O Brasil registrou em 2023 o maior número de denúncias de trabalho escravo e análogo à escravidão da história do País, segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania obtidos nesta sexta-feira 5 pela GloboNews.
A pasta contabilizou 3.422 denúncias protocoladas em 12 meses, 61% a mais que em 2022. É o maior número desde que o Disque 100 foi criado, em 2011.
Os casos correspondem a 19% do total de denúncias encaminhadas ao serviço – ou seja, a cada cinco denúncias protocoladas em 2023, uma era de trabalho análogo à escravidão.
Ainda de acordo com o ministério, o número de pessoas resgatadas no ano passado em condição de trabalho análogo à escravidão também foi o maior dos últimos 14 anos: 3.151 trabalhadores.
A região Sudeste lidera o ranking de resgates, com 1.129, segundo dados atualizados até 8 de dezembro. O Centro-Oeste registrou 773, seguido por Sul, com 495; Nordeste, com 482; e Norte, com 160.
O maior número de casos na área rural foi registrado nas lavouras de café (300) e de cana-de-açúcar (258) e nas atividades de apoio à agricultura (249).
Segundo o Código Penal, o trabalho análogo à escravidão “é caracterizado pela submissão de alguém a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou seu preposto.”