O número de casos de COVID-19 no Brasil pode ser até 12 vezes maior do que mostram os dados oficiais, de acordo com pesquisa publicada nesta segunda-feira (13) pelo NOIS (Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde) da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio).
De acordo com o último dado do governo federal, divulgado nesta segunda, há 23.340 casos e 1.368 mortes pela COVID-19 no Brasil.
De acordo com o grupo, apenas 8% das infecções são notificadas. A porcentagem foi obtida calculando uma taxa de mortalidade esperada, levando em conta a pirâmide etária do local estudado; e a proporção de mortos em relação aos casos com desfecho — ou seja, se o paciente faleceu ou se recuperou. Quanto maior for a diferença entre a taxa de mortalidade esperada e a mortalidade nos casos com desfecho, maior será a subnotificação, dizem os pesquisadores.
Mesmo nos estados em que há menos subnotificação, a porcentagem de episódios reportados é menos da metade dos casos reais.
Na quinta-feira (9), o secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, admitiu que os casos são subnotificados no Brasil. Até a data, 63 mil testes haviam sido realizados em todo o país e outros 127 mil estavam pendentes, de acordo com o órgão.
Diante da defasagem, o órgão fez um apelo às autoridades locais de saúde para que só façam testes dentro do protocolo estabelecido para não haver risco de escassez. “Se acabarem os testes, não temos como suprir imediatamente”, disse Oliveira.
De acordo com o planejamento da pasta, já foram adquiridos 22,9 milhões de testes, comprados ou doados. No entanto, só há previsão de entrega para aproximadamente 9,2 milhões desses. Os outros 13,7 milhões —quase 60% do total— não têm data para chegar.
O ministério da Saúde diz, no entanto, que a subnotificação também existe para outras doenças e que não deve impactar o planejamento do combate ao novo coronavírus no Brasil.
Manuela Laborda
Fonte: cnnbrasil.com