Na véspera de julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode resultar em sua inelegibilidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao Congresso Nacional nesta quarta-feira (21), e concedeu entrevista coletiva no mesmo momento em que Cristiano Zanin é sabatinado pelo Senado.
Conforme Bela Megale, em sua coluna no jornal O Globo, ao ser questionado sobre a decisão de visitar o local no mesmo dia e horário da sabatina do indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF), ele justificou: “Amanhã é meu julgamento”.
Ao comentar a indicação de Zanin, ele tangenciou, afirmando que se trata de “prerrogativa do presidente” e comparou a sua indicação do “terrivelmente evangélico” André Mendonça.
Na ocasião, o ex-presidente tentou se defender das acusações de envolvimento com tentativa de golpe e afirmou que “sempre jogou dentro das quatro linhas”. “Nunca vi golpe sem armas, querem dar ares de golpe no 8 de janeiro. Foram atos de vandalismo, mas tomada de poder, isso não existe”, argumentou.
Segundo a publicação, a ida de Bolsonaro ao Congresso nesta quarta (21) foi classificada por integrantes de seu partido, o PL, como “kamikaze”.Playvolume
Na avaliação dos correligionários, as falas do ex-presidentes foram “desastrosas”, visto que ele teria sido “arrogante” por tentar ensinar aos magistrados do TSE as atribuições da Corte ao dizer que será “péssimo para a democracia” se ele for julgado de forma “diferente como foi a chapa Dilma-Temer em 2017”. “A jurisprudência não pode mudar”, acrescentou Bolsonaro.