O presidente Jair Bolsonaro afirmou na última segunda-feira (27) que sua filha mais nova, Laura, de 11 anos, não receberá a vacina contra a Covid-19. A declaração foi dada a jornalistas na chegada do presidente à cidade de São Francisco do Sul (SC), escolhida por ele para passar o Réveillon. Bolsonaro reafirmou que o Ministério da Saúde deve confirmar detalhes da vacinação infantil no começo de janeiro.
“A vacina para criança é muito incipiente ainda, o mundo ainda tem muita dúvida”, disse Bolsonaro.
O presidente também afirmou que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, deve definir no dia 5 de janeiro como serão as normas para a vacinação das crianças. “Espero que não haja interferência do Judiciário”, disse Bolsonaro.
Na quinta-feira (23), Queiroga afirmou que as crianças só poderão ser vacinadas com prescrição médica e consentimento dos pais. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde reagiu dizendo que não será exigido nenhum documento médico para a imunização dessa faixa etária.
A autorização para o uso de imunizante contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos foi conferida pela Anvisa à Pzifer em 16 de dezembro. A liberação para o uso no país, entretanto, não significa sua aplicação nas campanhas de vacinação, que é definida pelo Ministério. O tema se tornou uma queda de braço entre governo federal e estados após afirmações do ministro Marcelo Queiroga sobre exigências como a prescrição médica para imunização e a avaliação de que o atual patamar de mortes de crianças por Covid-19 não justificaria “decisões emergenciais”.
Antes de confirmar a adição de mais este grupo no calendário vacinal, a pasta abriu consulta pública sobre o tema, que fica aberta até o dia 2 de janeiro.