A maior igreja evangélica do Brasil, a Assembleia de Deus, articula a criação de um novo partido político no país: é o Partido Republicano Cristão (PRC). De acordo com o presidente da sigla, deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), coordenador da bancada de 24 deputados ligados à igreja, já foram registradas 300 mil assinaturas pela criação do partido – o TSE exige 486 mil. Segundo a Folha de S. Paulo, a principal bandeira da agremiação será a família. “Aquela chamada tradicional, com o princípio básico bíblico da família hétero”, afirma o pastor Lélis Marinhos, coordenador política da convenção das ADs. A ideia é protocolar o pedido de criação do partido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o fim deste ano e investir em quadros no Legislativo para 2018. O número da sigla deve ser 80. O deputado Fonseca estima que o PRC já saia com uma bancada de pelo menos 20 deputados, que em março de 2018 poderão se aproveitar de uma janela da Justiça que autoriza o troca-troca partidário sem sanções eleitorais. Ele foi um dos signatários de um relatório a favor de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em 2016, quando o ex-parlamentar presidia a Câmara e tentava barrar sua cassação na Casa. Os dois congregam na Assembleia de Deus. Entretanto, não é todo líder da igreja que concorda com a vida partidária. Silas Malafaia, por exemplo, é um deles. “A hora em que ela quer se meter em fazer partido político, perde sua essência. Aí, minha filha, a gente vai se perder”, diz o pastor, que, contudo, apoia o apadrinhamento de candidatos. Seu próprio irmão, Samuel Malafaia, é deputado estadual no Rio.