O ainda nominado presidente da república( não tem jeito, né?) ao referir-se, umas oito horas após a ocorrência, ao terrível episódio de Suzano, disse que tinha sido um ato “desumano e cruel”, palavras dele. Cruel, com certeza. Mas…desumano?Desumano, Bozo, é mais uma prova do seu cascagrossismo, de tudo aquilo que tem parentesco com a palavra Cultura. Ao contrário, aquilo que aconteceu em Suzano só é praticado por indivíduos da espécie Homo Sapiens e por ninguém mais. Só o Homo Sapiens mata o que não vai comer, força a transa com o(a) parceiro(a) que não está a fim, e ainda dá altas gargalhadas de tudo isso. Você já teve notícia, Bozo, de algum gato que tivesse estuprado uma gata, fora do seu período do cio, e a tal gata se deixasse violentar pelo bichano tarado? Só gente faz isso, Bozo! Gente da pior espécie, claro. Já ouviu falar de algum leão que tivesse matado uma presa e, diante do veado inerte e sem vida, coçasse a barriga e exclamasse para si mesmo: “puxa, perdi o apetite!” Só os humanos, como nós, são capazes de tais façanhas, parvo! Puxar um gatilho e matar 9, 20, 49 de uma só vez só um ser humano é capaz de fazer. Agora, vamos combinar: de fazer uma barbaridade dessa, sobretudo quando inspirado, incentivado, estimulado por palavras e exemplos de alguma outra pessoa que eles admiram, têm como ídolo. Quer que eu desenhe? O garoto de Suzano era seu fã, votou em você, adorava a apologia que você faz das armas e da violência e… não era exatamente um felino. Era da espécie humana. Portanto, ele apertou o gatilho das mortes, mas quem matou aquelas pessoas, foi você, Bozo!Assim como na Nova Zelândia foi a ideologia idiota do supremacismo branco incentivada por Trump quem matou as 49 pessoas nas mesquitas muçulmanas. O pior é que quando eu achei que você e seus filhos já representavam o fundo do poço, eis que me aparece esse tal Major Olímpio argumentando que “se professores, merendeiras, coordenadores estivessem armados o massacre poderia ter sido evitado”. Esse conseguiu salvar você, Bozo. Ele passou a ser o subsolo do poço!
*Na outra ponta da história, fui convidado no último sábado a dar uma palestra de abertura em um projeto intitulado “Redação: o que escrever?”, no colégio público Hermano Gouveia Neto( “mestre, meu mestre querido…”), na comunidade de Vida Nova, em Lauro de Freitas. A diretora Eliene do Hermano e o professor Júnior Gonçalves me deram o extremado prazer de passar um par de horas com uma galera apaixonante e apaixonada pelo conhecimento. Duzentos estudantes e pessoas do lugar se amontoaram para me ouvir falar sobre “Neurociência e Redação”. Lá, sim, eu vi que este país tem brilho. E como!*