Articulador da chapa Lula-Alckmin, Márcio França (PSB) disse ao programa “Em Foco”, na GloboNews, que vê o acordo entre o ex-presidente e o ex-governador como selado.
“Eu diria que esse 99% seu já está em 99,9%. Mas 0,1% sempre pode acontecer alguma coisa. Essas coisas que você ouve falar… de repente um partido, esse outro partido exige a vice, pode compor. (…) A questão partidária, tenho a impressão de que ele virá para o PSB. O Alckmin não é um homem de movimentos bruscos: já foi para ele um movimento muito brusco, muito difícil, fazer um movimento desses. Foi realmente porque ele percebeu que, se não houver um movimento com Lula, o Bolsonaro será o presidente: ou alguém tem dúvida disso?”, disse França.
No programa, ele também disse achar “impossível” uma eventual traição de Geraldo Alckmin a Lula, como o movimento articulado por Michel Temer que levou ao impeachment de Dilma Rousseff. Esse temor é considerado por petistas, nos bastidores, que fazem críticas à aliança de Lula com o ex-tucano.
Para França, uma eventual traição de Alckmin é “impossível”. “Lula não é a Dilma. Comparar Lula com Dilma é uma covardia… a Dilma tem outras qualidades, mas ela não tem a habilidade que tem o Lula. O sujeito pensar em um impeachment do Lula é só pra quem não conhece política. No dia seguinte que o Lula estiver eleito, ele tem ampla maioria em qualquer Congresso”.
França está no centro do impasse do acordo PT-PSB, pois quer disputar o governo de São Paulo, assim como Fernando Haddad (PT). Ele diz que mantém sua pré-candidatura ao Palácio dos Bandeirantes até que pesquisas em maio ou junho mostrem quem tem mais vantagem – se ele ou o petista –, mas se enxerga como mais competitivo do que Haddad para disputar contra o ministro de Bolsonaro Tarcísio Freitas (Infraestrutura), que vê com chances de chegar ao segundo turno.
“Vai fazer a pesquisa em julho ou maio, quem estiver na frente é o candidato a governador, e o outro vai compor a chapa do jeito que der”.