Artista conta que capa representa o contato com o Sagrado dos Orixás
Ed Ribeiro, artista plástico e escultor, conhecido internacionalmente como o Pintor do Orixás foi convidado para produzir a capa do álbum ‘Aluayê – Os Novos Afro-Sambas’. O projeto, que será lançado no próximo dia 27 de maio, é uma celebração às relações com os orixás e vivências em terreiros, o samba para além da dança, e um tributo de agradecimento.
O artista plástico conta que o convite partiu de Toninho Geraes, compositor responsável pela concepção do projeto dos afro-sambas e, ao saber do que se tratava o projeto, automaticamente acionou memórias ancestrais identificando qual seria a melhor obra para compor a capa do álbum.
“Toninho me falou que estava criando uma novidade para o samba, que falaria de ancestralidade de das matrizes africanas através dos Orixás, logo me veio a ideia de apresentar para Nanã, ele ficou apaixonado, foi amor à primeira vista”, detalha Ed Ribeiro.
A escolha da obra Nanã para ilustrar a capa do álbum se deu justamente pelo significado que ela carrega, considerada a senhora da sabedoria nas religiões de matriz africana, é a mais soberana e mais velha entre as orixás femininas. “É possuidora de grande poder e por isso ela é uma das mais temidas e respeitadas Orixás”, completa o artista plástico.
O Pintor dos Orixás salienta que o álbum é uma obra de arte completa e Nanã é a representação da memória ancestral, já que a Orixá é a guardiã do segredo da vida e da morte. “Se eles entraram no terreno sagrado para construir e produzir ‘‘Aluayê’, nada mais importante e significativo que usar a capa para representar esse sagrado. Nanã é a mais velha dos Orixás, diria a criação do universo”, ressalta Ed Ribeiro.
O Conto da Ilha de Taparica
Além da produção da capa para o álbum dos Novos Afro-Sambas, Ed Ribeiro também foi responsável pela ilustração da capa do livro O Conto da Ilha de Taparica, do escritor Achel Tinoco. “Eu pedi ao escritor que me enviasse a história sobre o livro, assim que eu li percebi que tinha a obra perfeita para ele”, conta o artista plástico.
A obra escolhida para ilustrar a capa foi ‘Índia Remando’, a história do livro retrata cinco séculos na história da Bahia, desde o naufrágio de Diogo Álvares Corrêa até os dias de hoje, um misto de história, romance e poesia, que se passa na Ilha de Itaparica, a Baía de Todos-os-Santos e a cidade de Salvador.