Barragem de Joanes I, em Lauro de Freitas, está com volume atual de 16,06 hm³ e volume útil de 66,55%
No Rio Joanes, há dois barramentos, ambos operados pela Embasa. Segundo o mais recente informativo do Inema, publicado em 16 de outubro deste ano, a barragem de Joanes I, em Lauro de Freitas, está com volume atual de 16,06 hm³ e volume útil de 66,55%. Já a Joanes II, em Simões Filho, está com volume atual de 123,03 hm³ e o útil de 84,74%. Caso não chova, a água delas tem capacidade para atender às demandas até abril de 2018.
Há um ano, A TARDE mostrou, em reportagem especial sobre a crise hídrica, que quatro barragens estavam em estado crítico com relação ao volume de suas águas. Joanes I e Joanes II eram duas delas. À época, elas tinham volume útil de respectivamente 70,79% e 72,76%. A avaliação é feita com base no volume de água e suas finalidades.
Segundo o diretor de segurança hídrica da Sihs, Marcelo Abreu, a situação atual do volume útil destas duas barragens está “confortável”. Já o gerente da unidade socioambiental da Embasa, Thiago Hiroshi, informou que os dois barramentos estão “em níveis normais para este período do ano”. “Caso o ano de 2018 seja dentro da normalidade climática, a possibilidade de racionamento é mínima”.
Hiroshi ressaltou, no entanto, que a bacia do Joanes está “bastante degradada”. Já nas áreas próximas às barragens, o curso d’água está preservado. “Mas é um rio que sofre uma série de impactos ambientais e que ainda apresenta condições de suprir o sistema integrado de Salvador. Ele precisa receber atenção especial pela importância para o abastecimento da capital”.
Com a degradação, ele disse que há efeitos na quantidade e na qualidade da água. Como exemplo, citou o desmatamento na área da bacia. “Se isto ocorre de forma intensa, a quantidade de água que infiltra no solo e alimenta o lençol freático tende a diminuir. Dessa forma, esse rio ficará mais susceptível a variações bruscas de vazão conforme a ocorrência ou não de chuvas, e, no período seco, as vazões podem reduzir-se a ponto de criar dificuldades aos sistemas de abastecimento de água”, afirmou.
No caso da qualidade, os rios que sofrem um processo avançado de degradação apresentam águas cuja qualidade, segundo Hiroshi, torna o processo de tratamento mais difícil e oneroso. “Em uma situação extrema, caso a água do rio esteja muito fora dos padrões técnicos e legais, o sistema de abastecimento de água pode ter que reduzir ou mesmo interromper a captação nesse manancial, e portanto o abastecimento pode ficar comprometido”, frisou.
O Rio Joanes tem 75 quilômetros de extensão e é responsável por cerca de 40% o abastecimento de Salvador, Simões Filho e Lauro de Freitas.
Fonte: A Tarde