O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o montante apreendido no “bunker” do ex-ministro Geddel Vieira Lima, cerca de R$ 50 milhões, seja usado na compra de equipamentos e materiais médicos para combater os efeitos da pandemia do coronavírus. O pedido foi enviado ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.
“Como reconhecido no acórdão condenatório, tais valores são provenientes da prática de uma série de atos antecedentes de corrupção e de lavagem de dinheiro”, afirma Aras no pedido.
Segundo o procurador-geral, “tendo em vista a crise na saúde pública decorrente da pandemia vivenciada, o caráter fungível dos valores pecuniários apreendidos, bem como a orientação para o emprego de recursos obtidos a partir de condenações penais no combate à doença, vislumbra-se a possibilidade de se destinar, desde logo, os valores apreendidos no endereço vinculado aos réus para a aquisição de materiais e equipamentos médicos”.
Histórico
A Polícia Federal descobriu as nove malas com o dinheiro em um apartamento em Salvador, em setembro de 2017.
De acordo com as investigações, o apartamento foi emprestado ao ex-ministro para que guardasse os pertences do seu pai, já falecido. Durante as investigações sobre Geddel, surgiu a suspeita de que ele estava usando o local para esconder provas de atos ilícitos e dinheiro em espécie.
Em outubro de 2019, Geddel, que está preso, foi condenado a 14 anos e 10 meses de cadeia pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.