A Rússia lançou uma invasão total da Ucrânia nesta quinta-feira (24), iniciando uma guerra na região que gerou reações de líderes mundiais e da Otan. Explosões e sirenes foram ouvidas em diversas cidades, incluindo a capital, Kiev, e em áreas separatistas do leste ucraniano. Assista ao vivo no vídeo acima a cobertura especial da CNN.
A invasão ocorre por terra, ar e mar. Diversos mísseis foram disparados. Autoridades da Ucrânia informaram que pelo menos 50 soldados russos morreram e seis aviões também russos teriam sido destruídos. Além disso, informações dão conta de que ao menos 40 soldados ucranianos também teriam morrido. Porém, não há confirmação oficial do número de mortes até o momento.
Segundo um conselheiro da presidência ucraniana, a Central de Energia de Chenobyl foi capturada pelas forças russas.
As reações mundiais ocorrem com declarações de novas sanções e convocatória de diversas reuniões para discutir medidas. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, dará uma declaração por volta de 15h30.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, por sua vez, afirmou que vai apresentar legislação para bloquear certas exportações à Rússia, principalmente envolvendo componentes tecnológicos, com a intenção de “tirar a Rússia da economia mundial dia a dia”.
Na Ucrânia, a população se divide entre se proteger em estações de metrô adaptadas como bunkers e tentar sair da região rumo ao oeste. Longas filas se formaram nas principais avenidas de Kiev. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, convocou a população para defender o país e disse que “cidadãos podem utilizar armas para defender território”.
Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou a ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O líder russo afirmou ainda que não aceitará nenhum tipo de interferência estrangeira.
O que você precisa saber sobre o ataque
- Nas primeiras horas da madrugada desta quinta-feira (24), Putin ordenou um ataque no leste da Ucrânia, em regiões que ele reconheceu como independentes; as forças russas invadiram a Ucrânia por terra, ar e mar;
- Os russos invadiram diversas regiões, incluindo a capital, Kiev
- Autoridades ucranianas dizem que pelo menos 50 russos foram mortos e seis aviões teriam sido abatidos no leste do país; depois, foi divulgado que 40 soldados ucranianos também morreram. Não há número oficial de mortes divulgado até o momento
- O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, autorizou cidadãos a pegarem armas para defender o país e pediu doação de sangue;
- Longas filas foram registradas nesta manhã em Kiev nas principais rodovias, com moradores tentando deixar o país;
- Países da Europa Central iniciaram os preparativos para receber pessoas que fogem da Ucrânia
- O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Washington e seus aliados imporiam “sanções severas” sobre o que ele chamou de “guerra premeditada” de Putin
- A China rejeitou chamar os movimentos da Rússia sobre a Ucrânia de “invasão” e pediu a todos os lados que exerçam moderação
- A Bélgica pediu que a União Europeia pare de emitir vistos para russos
- Países da Europa acionam o Artigo 4º da Otan para lançar consultas sobre a situação — o que poderia desencadear uma resposta conjunta
- A Otan reforçará forças no flanco leste da aliança, anunciou o secretário-geral da aliança
- Líderes europeus como Boris Johnson, Emmanuel Macron e Ursula von der Leyen prometem duros ataques econômicos contra a Rússia
- O prefeito de Kiev impôs um toque de recolher na capital ucraniana
- A Usina de Chernobyl foi tomada pelas forças russas
Veja no vídeo abaixo imagens de explosões e a movimentação na Ucrânia após o ataque.
A Ucrânia luta contra forças russas ao longo de praticamente toda a sua fronteira com a Rússia. Segundo o Ministério da Defesa ucraniano, às 15h do horário local – 10h pelo horário de Brasília –, “a luta continuava ao longo de toda a linha de contato”.
Já próximo às 17h do horário local, um alerta de ataque aéreo foi emitido pelo governo da cidade de Kiev. Todos os moradores foram orientados a procurar abrigos subterrâneos. Foi decretado um toque de recolher na cidade.
Partes da região de Kherson, no sul da Ucrânia, não estavam mais sob o controle ucraniano, disse o governo regional, enquanto as forças russas atacavam por terra, mar e ar. A pasta também afirmou que 4 mísseis balísticos foram lançados na direção sudoeste a partir de Belarus, país aliado da Rússia.
As tropas russas tomaram a Usina de Chernobyl nas proximidades dessa fronteira. O local foi palco do acidente nuclear de 26 de abril de 1986. “É impossível dizer que a usina nuclear de Chernobyl está segura após um ataque totalmente inútil dos russos”, disse o assessor do gabinete presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak. “Esta é uma das ameaças mais sérias na Europa hoje”, declarou.
Houve conflito também nas regiões de Sumy, Kharkiv, Kherson, Odessa e em um aeroporto militar perto de Kiev, informou um conselheiro do gabinete presidencial.
A autoridade ucraniana disse temer que as forças russas pudessem ser lançadas por via aérea no país e depois tentar penetrar no distrito governamental de Kiev.
Por outro lado, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) disse que os guardas de fronteira ucranianos abandonaram todas as instalações na fronteira russo-ucraniana, segundo a agência de notícias Interfax.
O Ministério da Defesa da Rússia também afirmou ter destruído 74 instalações de infraestrutura militar em solo ucraniano, incluindo 11 aeródromos, informou a agência de notícias RIA, também estatal.
Foguetes militares cruzam o céu durante entrada de repórter da CNN na Rússia
Uma equipe da CNN internacional flagrou a partida de mísseis do solo russo em direção à Ucrânia nesta manhã. Na capital, o repórter Mathias Brotero, da CNN Brasil, afirmou que novas explosões foram ouvidas ao decorrer do dia em Kiev, capital ucraniana.
Presidente ucraniano pede para pessoas usarem armas
Horas após o início do ataque, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, concedeu uma entrevista coletiva liberando o uso de armas para “defender o território“. Ele pediu doação de sangue e afirmou que todos que estivessem preparados para defender o país deveriam se apresentar às forças militares. Veja algumas das principais frases.
Não temos oponentes políticos agora. Somos todos cidadãos de um país maravilhoso e defendemos nossa liberdade… Nós temos armas defensivas para defender nossa soberania… Qualquer pessoa, esteja pronta para defender seu Estado em praças ou cidades
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia
Embaixador ucraniano no Reino Unido: “É difícil lidar com a realidade”
Em uma entrevista coletiva, o embaixador da Ucrânia no Reino Unido, Vadym Prystaiko, afirmou que o país pensa em maneiras de retirar as pessoas das áreas de risco, mas que o acontecimento era “impensável”, mesmo com toda a situação prévia de tropas nas fronteiras.
Poucas pessoas na Ucrânia acreditavam que isso seria possível. É difícil lidar com a realidade
Embaixador da Ucrânia no Reino Unido, Vadym Prystaiko