No último dia 30 de novembro, quinta-feira, às 20h00, o bairro de Itinga foi palco de uma celebração marcante e repleta de simbolismo: a “Alvorada dos Ojás”. O evento, que já se tornou uma tradição na região, consistiu na amarração de tecidos sagrados, do Candomblé, em árvores locais, numa cerimônia que buscou, não apenas celebrar o Feriado Nacional de 20 de Novembro, mas também protestar contra o preconceito, o racismo e a intolerância religiosa.
Partindo do Largo do Caranguejo, até a Escola Dois de Julho, os participantes percorreram as ruas de Itinga, unindo-se em um gesto simbólico de paz e respeito às religiões de matriz africana, fundamentais para a identidade cultural do povo brasileiro. Este ano, a celebração ganhou um status ainda mais especial, ao ser reconhecida como feriado nacional.
Um agradecimento especial foi dedicado à Superintendência de Promoção da Igualdade Racial – Sepadhir e ao Conselho de Promoção da Igualdade Racial de Lauro de Freitas, que apoiaram e tornaram possível a realização deste evento tão significativo.
O Terreiro Kawizidi Junsara de Itinga, representado pela Mameto Vitalina e o Ilê Axé Opô Oluwo Ogum Mejê, representado pela Ekede Valdíria Lopes, estiveram presentes, unindo forças com Makotas, filhos de santo e demais membros da comunidade. Paulo José do Sacramento, membro do Conselho da Igualdade Racial de Lauro de Freitas e Coordenador do Movimento de Mobilidade Urbana da Sociedade Civil, também marcou presença, destacando a importância da união e do diálogo para combater as diversas formas de discriminação.
Silvana Cerqueira Santos, Ekede, expressou sua gratidão a todos que contribuíram para o sucesso do evento, ressaltando a importância de manter vivas, a tradição e a resistência das religiões de matriz africana.
A “Alvorada dos Ojás”, em 2023, não foi apenas uma celebração local, mas um grito coletivo por respeito, igualdade e reconhecimento da diversidade cultural, que molda a identidade do povo brasileiro. O reconhecimento do 20 de Novembro, como feriado nacional, representa um passo significativo na luta contra o preconceito e a promoção da inclusão, reforçando o compromisso de construir uma sociedade mais justa e plural.