Antecipando as ações alusivas ao Dia Mundial do Meio Ambiente (6 de junho), os estudantes do Colégio Estadual Kleber Pacheco, no bairro de Portão, em Lauro de Freitas (a 28 km de Salvador), movimentaram, nesta quarta-feira (31), o Terminal Turístico Mãe Mirinha de Portão, importante patrimônio histórico, cultural e ambiental, situado às margens do Rio Joanes. Eles realizaram rodas de diálogo sobre sustentabilidade, cultura, educação e juventude; mutirão de limpeza; plantio de mudas nativas; oficina de fotografia; sarau lítero-musical; mostra de vídeos; apresentações musicais, de dança e teatro; aula aberta de artes marciais e meditação coletiva, entre outras ações socioeducativas e socioambientais.
A iniciativa marca a culminância da primeira fase do projeto “Cultivando Memórias”, que visa preservar a história, a cultura e o meio ambiente de Portão, na qual a comunidade escolar está inserida, conforme explica o professor de História, Tássio Revelat. “O nosso objetivo é revitalizar uma parte do Terminal Turístico, que se encontra em estado de abandono, por meio de um processo permanente de ocupação cultural. Introduzimos no currículo escolar conteúdos relacionados à história, à cultura e ao meio ambiente da região, relacionando conteúdos locais com os saberes disciplinares, facilitando a aprendizagem significativa”.
Participaram da vivência estudantes do 1° ano do Ensino Médio, que plantaram mudas nativas – como aroeira, pitanga e jamelão. As mudas receberam o nome de líderes populares da região, como o capoeirista Mestre Boca; a fundadora do Terno de Reis de Portão, dona Aidê, e o fundador do grupo cultural Bankoma, Raimundo Neves.
Os estudantes falaram da importância de preservar o Rio Joanes e a história de Portões, construída por pescadores e marisqueiros da região. “Podemos melhorar o nosso ambiente e, para isto, é urgente a nossa conscientização e participação. As sujeiras dos Rios Joanes, Sapato e Ipitanga chegaram a um nível insustentável. Também precisamos proteger as nossas árvores e plantar outras tantas para garantirmos o oxigênio da nossa sobrevivência e a sombra imprescindível para o nosso bem-estar”, declara a vice-líder de classe Bruna Santos, 16 anos.
A colega Renata Cerqueira, 16 anos, completou: “Muito válido este projeto de preservação do ambiente e do lugar onde estudamos e moramos. E o mais legal é ter esta aula de campo, que contribui ainda mais para o nosso aprendizado e ganho de consciência ambiental”. Estefane Barbosa, 16 anos, também comentou: “Outra coisa interessante deste projeto é o conhecimento cultural e histórico que ele nos trouxe sobre o lugar do qual vivemos. Isto nos enche de orgulho e sentimento de pertencimento”.
A professora de Biologia do Kleber Pacheco, Ana Cláudia Magalhães, também falou sobre a proposta do projeto. “Trabalhar com Educação Ambiental é essencial e emergencial para conter os desequilíbrios ecológicos, relacionados à conduta humana inadequada e a escola precisa desenvolver métodos diferentes em busca do desenvolvimento local sustentável. E o trabalho só funciona se for feito de forma transdisciplinar, perpassando nas dimensões da crítica, da cidadania, da ética, da política, da postura humana e do meio ambiente”, afirmou.