Foi num misto de descontração e seriedade que alunos da rede municipal discutiram questões de gênero e identidade. A atividade foi realizada nas escolas Santa Rita e Santa Júlia e é fruto do projeto “África aqui, acolá, África em todo lugar”.
Pedagoga e servidora municipal, Rosângela Aciolly explicou que realizar esse debate nas instituições de ensino tem como objetivo a efetivação da lei 10.639 que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio. “É importante que o aluno se perceba enquanto negro e valorize o seu pertencimento em ancestralidade”.
Esta edição do projeto levou às escolas a cantora, compositora e historiadora Juliana Ribeiro que relatou aos alunos suas experiências de cidadã negra. Com o clipe da sua música atual de trabalho intitulada “Preta brasileira”, Juliana fala da diversidade da negritude no Brasil e como ela deve ser respeitada.
“A canção tem uma mensagem interessante que facilita trazer para os alunos o assunto de maneira mais prática e levantar as discussões onde eu ganho muito mais do que dou”. Juliana contou que a música retrata um pouco do que foi sua realidade e faz pessoas negras como ela se identificarem e terem uma noção de como reagir diante de situações de discriminação.
Aluno do 9º ano Josué Santos leu um trecho do estatuto da igualdade racial e disse que ninguém deve se importar com quem é preconceituoso. “Se me falam alguma coisa digo que tenho orgulho de ser negro e que tenho garantido o direito de ter as mesmas oportunidades que qualquer branco”.
Ao final do debate os alunos desfrutaram da música de Juliana, que trouxe um repertório com canções como Marinheiro Só, de Caetano Veloso, e Lição de Vida, de Reginaldo Souza.