A possível reforma ministerial proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve começar a ganhar ainda mais fôlego a partir da próxima terça-feira (1º), quando serão retomados os trabalhos no Congresso Nacional.
As negociações devem incluir cargos aos deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) no primeiro escalão de Lula. A suposta adesão do PP e Republicanos ao governo, a gestão poderá contar com 374 dos 513 parlamentares disponíveis na Câmara dos Deputados, número suficiente para aprovação das emendas à Constituição (308), contudo, os apoios do centrão são considerados incertos. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com o periódico, um dos motivos para incerteza é o fato do centrão não ter ainda firmado com Lula os termos do acordo, vai além do comando de ministérios. Também envolvem uma profusão de cargos de segundo e terceiro escalões e melhorias na gerência das bilionárias emendas parlamentares.
Outro motivo deve-se as possibilidades de dissidências nas legendas, além das previstas nos dois outros partidos de centro e de direita considerados mais alinhados, o MDB e o PSD.
De acordo com o jornal, o diálogo do governo com PP e Republicanos busca atrair o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e o vice-presidente da Casa, atual mandatário do Republicanos nacional, Marcos Pereira (SP).
Com Lira, o presidente mantém conversas desde a sua vitória e já conseguiu contemplá-lo com as indicações do novo ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil-PA). Além das articulações para tentar emplacar o correligionário, André Fufuca (PP-AL) em cargos do primeiro escalão.
No caso de Lira, a indicação de Sabino ao Turismo também o contempla, tendo em vista a ligação fina entre ambos, apesar de o ministro ser da União Brasil. Fufuca e Silvio Costa Filho também são próximos a Lira.
Já com o Republicanos, o mandatário precisará se aproximar ainda mais da bancada evangélica, visto que o partido é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, que há algum tempo tem tratado Lula e o PT como rivais. Além disso, a legenda abriga o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, um dos cotados para a disputa presidencial de 2026.