Foto: Estela Marques / Bahia Notícias
Na terceira fase da Operação Adsumus, que investiga um esquema de fraudes em licitações e lavagem de dinheiro, o Ministério Público do Estado (MP-BA) identificou indícios de que há pessoa com foro privilegiado envolvida no caso. “A documentação está sendo enviada para Procuradora de Justiça. As investigações de quem não tem foro privilegiado continua na 1a instância”, afirma o promotor de Justiça Aroldo Pereira. Nenhum dos quatro mandados de prisão (dois já foram cumpridos), no entanto, tem como alvo pessoas com esta prerrogativa. Estão foragidos os empresários Paulo Vasconcelos, sócio real de algumas empresas envolvidas no esquema, responsável pela locação de veículos e máquinas; e Roberto Oliveira Santana, conhecido Roberto Galego. Ainda de acordo com o MP, ainda não dá para garantir que se trata da atuação de uma quadrilha – as empresas envolvidas atuam em 45 municípios e movimentaram recursos na ordem de R$ 370 milhões. “Porque cada um tem um foco e área diferente”, explica Pereira. Em Santo Amaro, onde começou a apuração, foram investigadas empresas de aluguel de máquinas. O MP trabalha agora em casos envolvendo obras públicas. “Não pode afirmar que houve superfaturamento, mas a quantidade de material não era compatível. Colocava obra em licitação, o poder público adquiria o material de construção , mas a empresa não está efetivamente executando a obra. A situação se protela ao longo do tempo, são anos nesse esquema funcionando, provavelmente não exclusivamente em Santo Amaro”, detalha o promotor. As fraudes foram descobertas após visitas a 124 escolas e unidades de saúde. Na terceira etapa, deflagrada na manhã desta terça-feira (11), foram cumpridos mandados em Salvador, Lauro de Freitas, Feira de Santana, Muritiba, Ipirá, Camaçari e Santo Amaro. O MP tem prazo de quinze dias pra oferecer denúncia contra os alvos desta terça. Na operação desta terça foram apreendidos documentos relacionados a licitações, computadores, celulares, tablets e pen-drives. Nas últimas duas fases, foram apreendidos documentos como contracheques assinados em branco (sem valores ou com valores altos) de servidores públicos ou de lideranças políticas das cidades. “O que é no mínimo suspeito, você deixar 5, 6, 7, 10 cheques assinados em branco, em localidades que tem contratos com essas empresas”, ressalta o promotor de Justiça João Paulo Schoucair.
Fonte : Bahia Noticias