Meus companheir@s, chamo à atenção pra esse texto, porque apesar de ser grande para o padrão do zap, vale ser lido até o final. A UFBA se diferencia ao aproveitar as políticas inclusivas do governo Lula e como se diz no popular: “ empurrou o jipe”, qual o resultado? Então leia o texto.
Quinta-feira à noite, tive o prazer de uma boa prosa com minha companheira e professora da UFBA Renata Rossi, que me falou de dados extraordinário da Ufba nas políticas públicas afirmativas. Olhem que sucesso nossa querida instituição proporcionou, belo exemplo!
No Brasil, muitas pessoas perguntam o que é ser de esquerda? Outros tantos por desconhecerem o papel da esquerda na sociedade, a julga pelos olhos e métrica dos opressores, logo, distorcem os valores deste campo de luta e passa a querer matar o que é parte de si mesma. Vejam na prática o exemplo da UFBA de agora e percebam a importância das forças de esquerda na construção do novo Brasil.
Os estudos da V Pesquisa Nacional de Perfil dos Graduandos das IFES, em 2018, realizados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) nos traz respostas contundentes do quanto a militância da esquerda em suas diversas formas de organizações revolucionam setores primordiais do país como à educação superior. Notem o tamanho desta conquista: 17 anos depois de políticas públicas afirmativas a UFBA se tornou uma universidade INCLUSIVA.
A conquista é mérito de lutas que viabilizaram a chegada de um governo de esquerda ao poder. Logo nos primeiros 8 anos de mandato petistas, triplicamos o orçamento da educação. A batalha foi grande, junto às forças populares, conseguimos estabelecer o sistema de cotas nas universidades; consolidamos o auxílio estudantil que engloba moradia, transporte, alimentação e custeio da vida universitária do alunos -o que garante a permanência dos estudantes na Universidade-; os investimentos em ciência permitiram a ampliação dos programas de bolsas cientificas que vão da graduação ao pós-doc, valorização dos profissionais de ensino/pesquisa, dentre outras. Perceba que todos este fatores contribuíram de forma decisiva na mudança da pirâmide socioeconômica da UFBA e demais universidades brasileiras.
Somos a Universidade mais inclusiva do Brasil, conforme os dados da pesquisa, 75,6% dos alunos da UFBA se declararam pretos, pardos, indígenas, praticamente 25% a mais do que a média nacional. Outro ponto importantíssimo desta revolução educacional é que praticamente 70% destes alunos são de famílias que tem renda per capita de até 1,5 salário mínimo. E o que parecia impensável décadas atrás, virou realidade: 45,1% dos alunos da Federal são cotistas, estudantes pretos (a), indígenas e/ou de colégios públicos. Percebam que as políticas públicas afirmativas geram um ciclo virtuoso capaz de mudar uma pirâmide secular da educação superior na Universidade. A UFBA de 2020 tem a face real da Bahia.
Pensar num modelo educacional universal requer justamente tirar o binóculo elitista que operava no Brasil e construir um modelo de universidade pública que represente a totalidade da sociedade brasileira. Os impactos desta política educacional a médio e longo prazo são fenomenais. Prá comparar com minha área profissional, é como pegar um solo fértil que não estava devidamente ocupado e criar um pomar.
No entanto, depois de tantos avanços temos sofrido ataques violentos a educação pública, sobretudo as universidades. A extrema direita ligou a motosserra e envenena o trabalho que tem décadas de luta e apenas 13 anos de fertilidade semeados pela esquerda. O reitor João Carlos Salles afirma que: “Nosso desafio torna-se ainda maior nesse momento de restrições orçamentárias e agressões a uma universidade que está dando certo”. É um desafio que não é apenas da comunidade acadêmica, mas de toda sociedade.
É óbvio que a extrema direita vai atacar a educação pública universal de qualidade. É de interesse da elite sustentar o sistema de castas que priva nosso povo de se libertar por meio da educação. E aí não tem como não relembrarmos o pensamento de Darcy Ribeiro: ”A crise da educação no Brasil não é uma crise; é projeto”.
Portanto, se quisermos mantermos este lindo legado que foi construído com suor, sangue e vidas, precisamos recuperar o Brasil das garras dos inimigos da nação. A educação de qualidade, crítica e inclusiva é o principal motor de luta do nosso povo. Por meio da educação, somos capazes de arrancar raízes do atraso e plantar pomares de conhecimento que empodera e liberta os filhos e filhas do povo da ignorância programada, consequentemente, funda outro país liderado por gente brasileira.
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia licenciado e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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