Dorival Caymmi poeticamente cantava: “é doce morrer no mar, nas ondas verdes do mar,
é doce morrer no mar”. Mas morrer no mar é dádiva concedida a pescadores, cantores, poetas e gente do povo, que prestaram serviços imprescindíveis na terra. Morrer nas ondas verdes do mar não é para piratas usurpadores. Esses morrem na escuridão do mar morto com seus navios afundados e espólios sem valores.
Sérgio Moro é o exemplo de que seres desprezíveis não morrem em paz, muito menos no mar. Traidores da pátria morrem em vida e experimentam o fel da humilhação pública. O último vexame do ex-juiz partiu dos EUA, precisamente do jornalista estadunidense Alexander Stille, que pediu desculpas por ter escolhido o ex-juiz para escrever o prefácio do seu livro: “Morte a Vossa Excelência.
Quem sabe o autor do livro errou na pessoa que escreveu o prefácio da obra, no entanto, escolheu o título do livro de maneira profética, o que assistimos é a morte pública da vossa excelência, Sérgio Moro.
Sérgio Moro é o prefácio supostamente bom de um livro ruim. Sempre teve ego de pavão e se orgulhava de ter escrito o prefácio do livro que contava a história do juiz italiano Giovanni Falcone, que trabalhou durante o fim dos anos 1980 em julgamentos contra integrantes da máfia siciliana.
Ele sempre quis ser o Falcone tupiniquim. Alçado ao estrelato por meios de comunicação entreguista, durante muito tempo Moro foi visto no Brasil e exterior como o homem forte da lei que combatia a corrupção. Até ser desmascarado pela Vaza Jato e ser exposto como parte de um plano que tinha objetivo claro de afundar a democracia e usurpar o poder.
Diante dos fatos que comprovam quem é Sérgio Moro, não restou outra alternativa ao escritor Alexander Stille, a não ser pedir desculpas aos leitores pela presença do ex-juiz em sua obra: “Desculpe. Eu não tinha ideia de que ele iria se juntar ao governo Bolsonaro”, escreveu em seu perfil no Twitter.
Cada sentença pública que Moro recebe, ainda é pouco pelo mal que ele fez ao Brasil. Canta Caymmi:
“Saveiro partiu de noite foi
Madrugada não voltou
O marinheiro bonito
Sereia do mar levou
É doce morrer…”
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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